Prefeitura entrega casas adaptadas para cadeirantes

A Companhia de Habitação Popular de Curitiba (Cohab) está incluindo em seus empreendimentos casas para pessoas portadoras de necessidades especiais. Os projetos são adaptações dos padrões construtivos utilizados pela Companhia, com variações para facilitar o acesso às unidades e a circulação no interior das residências.

“Esta é mais uma demonstração da qualidade de atendimento proporcionada pelo programa habitacional do município. Os técnicos envolvidos neste trabalho estão atentos a todas as particularidades da clientela e os empreendimentos são projetados de forma a atender as mais diversas demandas”, diz o prefeito Beto Richa.

Os projetos das unidades adaptadas estão sendo executados nos empreendimentos destinados ao reassentamento de famílias que vivem em situação de risco. “Os portadores de necessidades especiais são identificados pelo serviço social da Cohab durante a realização do cadastro socioeconômico das comunidades atendidas e, em função disso, são projetadas as casas”, explica o presidente da Companhia, Mounir Chaowiche.

Atualmente, a Cohab está executando 29 empreendimentos destinados ao reassentamento de famílias. São 5,6 mil unidades em obras e, neste total, estão incluídas 94 casas adaptadas para cadeirantes. Em alguns casos, as famílias já estão instaladas nas unidades, como a do pedreiro Arnaldo Padilha Barreto, que saiu no mês passado da Vila 23 de Agosto e passou a viver no Moradias Jandaia.

Arnaldo e a esposa Lúcia Maria têm quatro filhos e um deles, Clebson, de 11 anos, tem um tumor no fêmur direito que atrasa o crescimento e estava deixando sua perna direita mais curta que a esquerda. A doença foi diagnosticada aos seis anos de idade e, desde então, Clebson passou por sete cirurgias, que o obrigam a passar longos períodos se locomovendo em cadeira de rodas ou andando com a ajuda de muletas.

A mãe, Lúcia, conta que o sacrifício para cuidar do menino na área de ocupação era muito grande. Como a casa estava localizada numa baixada próxima ao ribeirão dos Padilha, o terreno vivia alagado e o menino não podia sair para fora. Para fazer as visitas rotineiras ao médico, havia o problema da escada, já que a casa havia sido construída sobre pilares de madeira com mais de um metro de altura para evitar que a água entrasse para dentro. Outra dificuldade era a precária condição de saneamento da área, que facilitava o surgimento de ratos e insetos e acabava interferindo na recuperação das cirurgias.

“Agora, estamos no céu”, disse Arnaldo, já vivendo com a família na casa nova. Animado, ele está construindo mais dois quartos no fundo do terreno para abrigar o filho mais velho, de 20 anos, que é casado e não tem outro lugar para morar.

A mesma expectativa de mudança vive a dona de casa Ana Maria Jacinto, viúva, mãe de dois filhos, que mora na Vila Osternak e também vai ser reassentada no Moradias Jandaia em uma unidade adaptada. Ana Maria vive há quase 20 anos na margem do córrego Osternak, um afluente do ribeirão dos Padilha.

Ali, ela enfrentou inúmeras enchentes e chegou perder parte de sua mobília. Mas o que o mais a preocupa quando chove é o filho mais velho, hoje com 19 anos. Ele nasceu com paralisia cerebral e não pode se locomover, vivendo a maior parte do tempo numa cama ou na cadeira de rodas.

Ana Maria já conhece a casa especial onde irá morar a partir do mês que vem. “A primeira vez que fui até lá, fiquei tão emocionada que chorei. Agora, vou ver a obra todos os dias e estou contando o tempo que falta para a mudança”, falou.

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