Os foliões que aguardavam para assistir aos desfiles de domingo em Tibagi, região dos Campos Gerais, levaram um susto com o desabamento de uma arquibancada de 30 metros de comprimento e cerca de 1,6 metro de altura. O acidente, que deixou 35 pessoas feridas, aconteceu antes do início dos desfiles, na Avenida Herbert Mercer, por volta das 20h10. De acordo com a Prefeitura, o problema teria sido causado por falhas na montagem da arquibancada. Duas pessoas sofreram fraturas nos braços e pernas; os outros tiveram ferimentos leves. De acordo com o Corpo de Bombeiros de Telêmaco Borba, que auxiliou os atendimentos, a Prefeitura não possuía certificado de vistoria para a festa.
A dona de casa Lídia de Oliveira Brito estava em cima da arquibancada no momento do acidente. ?Foi tudo muito rápido, numa fração de segundos. Só lembro que estávamos sentados e começou a balançar. Fiquei em pé para pular e de repente estava tudo no chão?, recorda a foliã, que não se machucou. O marido dela, porém, Elvaldo Nelson Silva, não teve a mesma sorte, sofrendo fraturas no fêmur e pulso. ?Ele teve de fazer duas cirurgias. Vai ficar internado a semana inteira.? Além dele, mais uma pessoa fraturada continua internada no Hospital Doutor Feitosa, de Telêmaco Borba. Os outros feridos, a maior parte com contusões ou escoriações, foram atendidos no hospital Luiza Borba Carneiro, em Tibagi, e liberados em seguida. Mesmo depois do acidente, a festa continuou normalmente.
Arquibancada
Segundo o capitão do Corpo de Bombeiros de Telêmaco Borba, Luciano José Ignácio, a Prefeitura de Tibagi não tinha um laudo técnico final de segurança para realizar a festa. Ele explica que, na primeira vistoria, feita quando a arquibancada e toda a estrutura do Carnaval estavam em processo de montagem, foram constatadas irregularidades e solicitadas alterações. ?Não havia um engenheiro responsável pelas arquibancadas. Além disso, depois do acidente, verificamos que, para prender uma parte da arquibancada à outra, eles usaram cordas em vez de barras de ferro e que a diferença entre o tamanho da arquibancada e o da calçada foi suprida por um calço de madeira. Provavelmente este calço foi empurrado e fez a arquibancada desabar?, comenta.
O capitão afirma que, no momento da primeira vistoria, informou à Prefeitura que solicitasse ao Corpo de Bombeiros uma nova avaliação após as modificações pedidas – entre elas, além da anotação de responsabilidade técnica para as arquibancadas, projeto de prevenção de incêndio, instalação de iluminação de emergência e portas na largura padrão determinada para eventos do tipo, no caso dos locais fechados. ?O funcionário da Prefeitura assinou a notificação, mas ao que parece não deu tempo de fazer uma nova vistoria e deu nisso.?
A Prefeitura alega que já estava combinado que o Corpo de Bombeiros retornaria à cidade para uma nova vistoria no sábado de Carnaval. Ainda assim, argumenta que todas as alterações de segurança solicitadas foram providenciadas. Apesar de não haver um laudo oficial que determine a razão do acidente, a empresa contratada pela Prefeitura para a construção da arquibancada admite que houve falha na montagem, ocasionando a queda de um dos blocos de suporte e, conseqüentemente, o deslizamento da mesma. Por medida de segurança, a Prefeitura resolveu desmontar todas as arquibancadas.
