A Prefeitura de Curitiba entrou ontem no Tribunal de Justiça do Paraná com um pedido de suspensão da liminar que impede a obra na Praça Miguel Couto, conhecida como Pracinha do Batel. Ontem à noite, o vice-prefeito Luciano Ducci apresentou o projeto a alguns vereadores e ao deputado Ney Leprevost (PP). A obra prevê a divisão do local em duas partes e melhorias no paisagismo e no fluxo de veículos. Com a revitalização, os motoristas que iam pela Rua Gonçalves Dias e tinham que fazer o contorno na praça para entrar na Desembargador Costa Carvalho terão acesso livre pelo meio da praça, indo direto para esta última via.
Porém, a Prefeitura não pode iniciar a obra enquanto não existe decisão na Justiça. Por outro lado, alguns grupos de moradores da região do Batel são contra a divisão da praça, sob a alegação de que a Prefeitura vai destruir um ponto histórico da cidade. Alegando que a Miguel Couto deve ser tombada para o patrimônio histórico de Curitiba, eles conseguiram a liminar na Justiça para que as obras não sejam realizadas. O Movimento Amigos do Batel, liderado por Rafael Xavier, colheu cerca de duas mil assinaturas em três abaixo-assinados contra o projeto. ?A praça faz parte da história da cidade e não pode ser modificada. Agora, a Prefeitura está dizendo que a briga se tornou política, mas acho que isso é para fugir do assunto?, reclamou.
Durante a apresentação do projeto, Luciano Ducci disse que a discussão não pode se tornar política e que a obra vai trazer benefícios para a população. ?Acho que tem muita gente desinformada falando sobre o projeto. Nós vamos ampliar a praça, melhorar a segurança com um módulo da Guarda Municipal e não vamos mexer naquilo que traz a história da cidade, como as bancas e a floricultura?, comentou. O novo projeto aumenta a praça em 295 metros quadrados. Para Leprevost, o projeto vai privilegiar o pedestre e o conceito tradicional de ?praça?, que é um ponto de encontro. ?Hoje, ninguém pára na praça, ela é apenas um ponto de passagem. Com o projeto novo, vai ser possível resgatar esse conceito?, comentou.
Xavier reclamou ainda que a Prefeitura se recusa a discutir o assunto com a população. Porém, segundo Ducci, pelo menos cinco reuniões já foram feitas com moradores do Batel e a mudança nas ruas foi pedido da população. A última reunião foi dia 15 de maio. Para Xavier, essa reunião não teve efeito legal, já que audiências públicas devem ser comunicadas via meios de comunicação, o que não foi feito, segundo ele.