Arrematado em leilão há sete meses, pelo grupo J.Malucelli, o antigo prédio do Clube Curitibano, na esquina entre as ruas XV de Novembro e Barão do Rio Branco, será restaurado. O projeto será desenvolvido pela Universidade Federal do Paraná. Alunos dos cursos de Engenharia Civil e Arquitetura participarão de todas as etapas da obra, tendo oportunidade de trabalhar em um prédio histórico, de mais de 50 anos e quase 9,3 mil metros quadrados.
"A idéia do grupo é fazer com que esse prédio seja um marco para a cidade, tal como o prédio do HSBC, na XV de Novembro. Para isso, fizemos uma parceria com a universidade, que desenvolverá o projeto, segundo diretrizes do Ippuc. É um desafio, porque está abandonado há muitos anos", explica o presidente do grupo, Joel Malucelli. Ele diz que possivelmente o prédio será sede da empresa.
O prédio, que tem subsolo, térreo e mais nove andares, apesar de ser antigo, não apresenta problemas estruturais além de fissuras nas paredes, esquadrias que já não funcionam, revestimentos, sistema hidráulico e elétrico que precisam ser revistos e o visual do prédio. O responsável pelo projeto é o professor Mauro Lacerda Filho, diretor do setor de Tecnologia da UFPR. "Estamos desenvolvendo um projeto acadêmico científico no sentido de possibilitar o prédio como laboratório de experiências em Engenharia Civil e Arquitetura. É uma oportunidade educacional. Esse projeto de adequação das instalações e readequações estruturais, restauro e recuperação, tem valor acadêmico muito importante. Haverá participação total de cerca de 25 alunos", explica.
De acordo com o professor, o prédio tem grande importância iconográfica por estar em um eixo cultural da cidade, composto pelo conjunto de prédios como o da reitoria da UFPR, antigo Paço Municipal e o Palácio Avenida. A restauração do mesmo viria, segundo ele, contribuir para a revitalização dessa área central.
O projeto está apenas começando. Nesta semana, está previsto um worshop com o Instituto de Pesquisa e Planejamento Urbano de Curitiba (Ippuc), para que os alunos se preparem para "mexer com um patrimônio histórico e cultural da cidade", comenta o professor Lacerda Filho.