O medo de ser contaminado pelo vírus H1N1, transmissor da gripe A, fez do álcool em gel um produto raro de se encontrar em mercados ou farmácias. O aumento na procura fez o álcool custar até 900% mais caro: o litro, que poderia ser comprado por cerca de R$5 no início do ano, agora chega a ser encontrado a R$50.
Para evitar o aumento abusivo do preço, a Promotoria de Justiça de Defesa do Consumidor de Curitiba encaminhou, nesta sexta-feira (6) um ofício à Coordenadoria Estadual de Proteção e Defesa ao Consumidor (Procon-PR), solicitando a realização de pesquisa de mercado sobre os preços do álcool em gel nas farmácias da capital, no início do mês de julho e início de agosto.
De acordo com o Procon, a realização da pesquisa já foi determinada. Ainda segundo a coordenadoria, um ofício solicitando informações sobre o aumento de preços já foi enviado ao Sindicato dos Farmacêuticos.
Os preços do álcool em gel que também são considerados abusivos pela Associação Brasileira dos Produtores e Envasadores de Álcool (Abrapea). O consultor técnico da Abrapea, Ary Alcântara defende que a fórmula do produto comercializado é a mesma do manipulado e, portanto, o valor não se justifica.
Manipulação
A falta do álcool em gel no mercado fez com que a procura aumentasse nas farmácias de manipulação. “Percebemos um grande aumento da procura pelo álcool 70 em gel nas farmácias de manipulação. Não é preciso ter receita para comprar”, salienta a presidente nacional da Associação Nacional de Farmacêuticos Magistrais (Anfarmag), Maria do Carmo Garcez.
O preço do produto nas farmácias de manipulação também é um fator importante, podendo custar até a metade do que está sendo praticado no mercado comum.
Uma das vantagens do álcool manipulado, segundo Maria do Carmo, é que a fórmula pode ser acrescentada com glicerina, que evita o ressecamento da pele. “O uso contínuo do álcool comum pode promover outros danos, como alergias e irritações na pele”, diz.