Precariedade ainda permanece no HU de Maringá

A situação do Hospital Universitário (HU) de Maringá continua caótica. Superlotação, pacientes em situação grave pelos corredores em macas ou cadeiras, fila para cirurgias e falta de atendimento. Todos esses problemas compõem um cenário que não é de agora, mas que só tem se agravado.

Segundo o superintendente interino do hospital, Daoud Nasser, ontem seis pacientes do pronto socorro e dois da enfermaria, que estão no respirador, eram atendidos no improviso, quando deveriam estar na unidade de terapia intensiva (UTI). ?A crise no HU tem nome: falta de espaço físico, equipamento e pessoal. Há uma superlotação. Essa crise não é de agora e não existe apenas no HU de Maringá?, afirma o reitor da Universidade Estadual de Maringá, Décio Sperandio.

Segundo Nasser, a população da região cresceu, os acidentes aumentaram, as pessoas ficam mais doentes e há cada vez mais idosos. Mas o hospital não amplia o atendimento a toda essa crescente demanda. ?O hospital foi construído em 1986. Em 1988 começou a funcionar e, desde então, ampliou muito pouco. O que agravou foi que nesses quase 20 anos, os hospitais particulares que atendiam pelo SUS (Sistema Único de Saúde) já não o fazem mais. O HU é o único hospital público da região?, afirma.

A primeira necessidade do hospital é ampliar a estrutura física. Atualmente, o prédio está com cerca de oito mil metros quadrados. Porém, segundo Nasser, seria necessário que tivesse pelo menos de 20 a 25 mil metros quadrados de construção. ?A ampliação já passou da urgência. Ou se faz isso ou o problema vai continuar?, alerta o superintendente.

Outra urgência é em relação aos funcionários. ?O pronto-socorro é o grande problema. Os funcionários estão desgastados. No HU temos dez funcionários para cuidar de 30 leitos. No entanto, passam pelo pronto-atendimento, todos os dias, entre 80 e 100 pessoas. Então trabalhamos sob pressão. Tiramos funcionários de um setor para colocar em outro. Isso é uma constante. Compete a nós mostrarmos esses problemas, para tentar reverter a situação junto aos governantes?, expõe Nasser. Ele ainda diz que além do atendimento aos pacientes, a situação de crise atrapalha também o aprendizado dos universitários, já que o HU é também um hospital escola. 

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