Por cerca de uma hora ônibus deixaram de circular pela Praça Rui Barbosa, no Centro de Curitiba, na tarde desta terça-feira (17). A paralisação de motoristas e cobradores do transporte coletivo de Curitiba e região metropolitana teve a intenção de chamar a atenção de autoridades sobre os frequentes assaltos que acontecem nas linhas, estações-tubo e pontos de ônibus.
A categoria se reuniu na praça às 15h. Ônibus ficaram estacionados na rua, de forma a impedir a circulação do transporte coletivo pelo local. Em faixas, os motoristas e cobradores pediam por socorro em relação à falta de segurança no transporte coletivo. Muitos usam camiseta estampando a frase “Eu quero trabalhar sem morrer”. Estatística do Sindicato das Empresas de Ônibus de Curitiba e Região Metropolitana (Setransp) apontam que de janeiro a outubro deste ano foram 2.463 assaltos em tubos e linhas – uma média de 7,97 roubos por dia. O prejuízo dos assaltos a cobradores, em 2015, ultrapassa R$ 380 mil.
O vice-presidente do Sindicato dos Motoristas e Cobradores de Ônibus de Curitiba e Região Metropolitana (Sindimoc), Dino Cesar Morais de Mattos, avaliou a manifestação de forma positiva. “Tivemos adesão tanto da população, quanto dos trabalhadores. Esperamos que esse ato chegue aos ouvidos das autoridades, porque os assaltos estão cada vez mais violentos e a situação está insustentável”, afirmou.
A agente de atendimento Angela Suske está de férias e resolveu ir ao Centro nesta terça. Ela apoia a causa dos motoristas e cobradores, mas, se soubesse da paralisação, teria ficado em casa. “É válida a preocupação deles, com essa onde violência, mas deviam ter avisado antes”, comentou.
Às 16h, os ônibus voltaram a trafegar pela praça. “Esperamos não precisar de outra manifestação para pedir os nossos direitos”, declarou Dino.
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Criminosos em ação
O problema de insegurança é bastante sério. Tanto que, enquanto era feito o protesto pedindo mais segurança no transporte coletivo na Rui Barbosa, criminosos realizavam arrastões em um coletivo e em uma estação-tubo da capital.
As vítimas foram os passageiros da linha Centenário-Campo Comprido e houve um assalto também na estação-tubo Quitandinha.
A agente de atendimento Angela Suske está de férias e resolveu ir ao Centro nesta terça. Ela apoia a causa dos motoristas e cobradores, mas, se soubesse da paralisação, teria ficado em casa. “É válida a preocupação deles, com essa onde violência, mas deviam ter avisado antes”, comentou.
Às 16h, os ônibus voltaram a trafegar pela praça. “Esperamos não precisar de outra manifestação para pedir os nossos direitos”, declarou Dino, do Sindimoc.
Arrastões
Um motorista da linha Fazenda/Pinheirinho, que preferiu não se identificar, contou que na quinta-feira da semana passada foi vítima de um arrastão. Dois rapazes embarcaram no Terminal do Pinheirinho pouco depois do meio-dia e, alguns minutos depois, deram voz de assalto. Um deles estava armado. Os bandidos levaram pertences como celulares e bolsas de vários passageiros, além do tênis que o motorista usava. “Fizeram eu tirar enquanto ainda dirigia”, disse. “Eu já estava preocupado com meus companheiros, agora fiquei ainda mais”, declarou.
Outro motorista que dirige uma linha que também vai a Fazenda Rio Grande relatou que em setembro foi vítima de um arrastão. “Acontece todo dia nos ônibus que vão para lá. Antes era só à noite, mas agora até no meio do dia. Assalto parado é complicado, mas dirigindo é muito pior, porque começa a tremer a perna”, desabafou.
Incentivo ao cartão
Em nota, o Setransp informou que as empresas mantêm um canal de diálogo direto e constante com a Guarda Municipal e Polícia Militar para trocar informações e mapear os locais com mais incidência de roubos, a fim de que as corporações, quando possível, possam agir preventivamente ou, quando necessário, possam efetuar a prisão dos criminosos. O sindicato destacou que em Curitiba apenas 60% dos pagamentos são realizados com cartão. “Quanto menos dinheiro circulando, menor é a atratividade para roubos”, ressaltou a nota.
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