Em janeiro deste ano, a equipe de reportagem de O Estado relatou os problemas ocorridos em uma praça no Balneário de Gaivotas, em Matinhos, no litoral do Estado. Na ocasião, um trator contratado pela prefeitura destruiu o meio-fio de um estacionamento e de um parquinho. Ambos haviam sido construídos, com a autorização do antigo prefeito Francisco Carlim dos Santos, pelos proprietários de um supermercado que fica na frente do espaço, na Rua Professor Rui Leal. O estacionamento era utilizado por clientes. No dia 16 de janeiro, o então prefeito eleito, Eduardo Dalmora (PDT), prometeu que um novo espaço seria construído no local até o feriado de Carnaval. No entanto, essa não foi a situação encontrada ontem.
De acordo com a proprietária do supermercado Quinteto, Lucimar Machota da Silva, que junto com moradores revitalizou a praça, a demolição foi feita sem a consulta aos populares. “Estava tudo bem cuidado, com parquinho, grama, iluminação e campo de futebol”, relata.
O que deixou os moradores indignados foi a ligação do então prefeito com o comércio local. “Ele é dono de uma rede de supermercados. A única explicação que vejo para essa demolição é prejudicar nosso estabelecimento. Queremos saber realmente o que será feito no lugar onde ficava a praça”, frisa a comerciante.
O morador Renato Trevisani também está preocupado com o futuro da praça. “É muito desagradável essa situação. Tínhamos um ambiente bem cuidado, que foi destruído pela prefeitura. Não conseguimos entender qual foi o motivo dessa intervenção”, reclama.
O atual prefeito de Matinhos afirma que tudo o que foi feito pela prefeitura estava dentro da lei. “Estamos trabalhando para resgatar 20 praças em Matinhos desde o início do ano. Ninguém pode tomar conta de um terreno público”, afirma. De acordo com moradores, na mesma área havia uma lanchonete, que também foi demolida e atualmente é frequentada por transeuntes.
O prefeito afirma ainda que, dentro de três meses, um ginásio de esportes será construído no local. “Podem voltar em 90 dias que teremos um centro esportivo construído onde ficava a praça”, garante.
Rua em terreno particular
A abertura de uma rua na Praia de Ipanema, em Pontal do Paraná, no litoral do Estado, tem causado transtornos para o aposentado José Aurélio Piovesana. Proprietário de uma casa no local há duas décadas, no fim do ano passado ele se deparou com uma rua aberta dentro do seu terreno pela prefeitura, sem ter sido avisado. Morador de Jundiaí (SP), Piovesana está revoltado com a situação que encontrou na casa de veraneio, já que paga Imposto Predial e Territorial Urbano (IPTU) e afirma nunca ter sido procurado oficialmente pelo município para discutir a abertura da via, nem ter recebido aviso de negociação ou desapropriação do imóvel. “Tiraram as árvores, arrebentaram minha cerca, acabaram com o meu terreno e até agora sequer tive respostas da prefeitura”, argumenta.
O secretário de Obras de Pontal, Volnei Costa, informou que o departamento jurídico da prefeitura está analisando a questão. “A rua passa na lateral da casa e foi aberta para que se tenha passagem da praia para a rodovia (Engenheiro Darci Gomes de Moraes) e eu acredito que alguém da prefeitura tenha pedido autorização para a abertura da rua, sim. Agora, se for decidido que temos que fechar a rua, nós vamos fechar”, garantiu.
O secretário disse que uma resposta para o impasse pode sair após o feriado de Carnaval.
(Luciana Cristo)