Curitiba conta com cerca de cinco mil taxistas, dos quais 2.235 são permissionários, ou seja, têm a autorização para trabalhar na função. A diferença são os chamados colaboradores, já que um mesmo veículo pode ser dirigido por até três pessoas. A empresa Urbanização de Curitiba (Urbs), que controla a atividade na cidade, afirma que o número de profissionais na atividade está estagnado há cinco anos.
“Esse número se mantém estável porque praticamente o mesmo número que entra na atividade é igual ao que sai”, falou o gerente de Serviço de Táxi e Transporte Comercial da Urbs, José Carlos Gomes Pereira Filho. Segundo ele, para ingressar na atividade é necessário possuir um certificado cadastral, que é obtido após a conclusão de um curso de 54 horas ofertado pela Urbs e pelo Senac. De acordo com Pereira, do total de 50 pessoas que participam do curso, apenas 15% vão trabalhar efetivamente na atividade.
Além dos taxistas autônomos, outras 19 empresas têm a permissão explorar o serviço. Como a Urbs possui o controle de todo o sistema, o gerente ressalta que é possível identificar através do número ou placa do veículo quem são os motoristas que trabalham nas ruas de Curitiba. “Com isso um usuário que quiser fazer alguma reclamação, ou até mesmo recuperar um objeto que tenha esquecido dentro de um táxi, pode entrar em contato com a Urbs”, informou. O serviço pode ser acionado pelo telefone (41) 320-3339.
Mas apesar de o serviço estar regularizado na Urbs, nas ruas a categoria não anda tão satisfeita. O taxista Egon Schmidt, na praça há sete anos, afirma que o motorista trabalha muito e não consegue ganhar o condizente com a profissão: “Se comparar com um motorista de ônibus, ele ganha cerca de R$ 800 por seis horas, além de ter todos os benefícios de ser empregado. Enquanto nós temos que trabalhar 12 horas para tirar o mesmo salário, porém sem benefício algum”, falou.
Normas
Quem não é proprietário do veículo, trabalha de acordo com normas convencionadas pela categoria. Entre elas estão o pagamento pelo quilômetro rodado, diária do veículo – que é de R$ 75 por 24 horas e R$ 35 por 12 horas -, ou a divisão dos lucros com o proprietário. Segundo o motorista Luiz Carlos Mikoski Júnior, taxista há cinco anos, quem trabalha por diária já começa a rodar com um prejuízo de R$ 120. “Pois além da diária, tem o combustível”, afirmou.
Outro problema relatado pela categoria é a exploração ilegal da atividade. Muitas pessoas que têm a concessão para trabalhar acabam colocando funcionários para fazer a corrida e ficam apenas com os lucros. Outros acabam comercciando a concessão – que não tem custo para ser obtida. Os valores variam entre R$ 80 mil a R$ 100 mil.