Quem precisou de atendimento médico no Centro Municipal de Urgências e Emergências Médicas (Cemum) do bairro Sítio Cercado, em Curitiba, ontem, teve que ter muita paciência. É que o tempo de espera chegou a cinco horas, o que é bastante comum na unidade, segundo os moradores da região.
A massagista Joelma Miranda Costa levou a mãe para consultar às 10h30, mas só conseguiu atendimento por volta das 14h30. Quatro horas de espera e a mãe com dores fortes no corpo e falta de ar.
“Eu queria ver se o prefeito viesse aqui e tivesse que esperar tanto tempo para ser atendido. Eu queria que ele vivenciasse isso na pele. Ficar três horas esperando, com dor, é um absurdo”, reclamou.
Joelma contou que perguntou diversas vezes para os atendentes se alguém poderia medicar sua mãe. “Mas eles só respondem que tem que esperar. Nem um tratamento digno a gente tem”, disse.
A dona de casa Beatriz Moura levou a filha, Kátia, à unidade do Sítio Cercado, ontem, mas também teve que esperar quatro horas e meia para ser atendida. A menina estava com dores na coluna e crise de rim.
“Os médicos dizem que não podem fazer nada, que tem que esperar. Eu cheguei ao meio-dia, mas tem gente que fica o dia inteiro aqui dentro”, reclamou Beatriz. “Outro dia eu vim com o meu filho, que estava com pneumonia, e voltei para casa, pois não pude esperar”, contou.
Alessandra Cardoso chegou à unidade à tarde, mas também teria que esperar muito. “Já avisaram que o tempo de espera é de cinco horas. A gente já passou pela unidade do Pinheirinho, onde disseram a mesma coisa”, disse a amiga de Alessandra, Joana da Silva.
O diretor do Serviço de Urgência e Emergência de Curitiba, Matheus Chomatas, admitiu que faltam médicos em Curitiba, e informou que no final deste mês pelo menos 146 profissionais que fizeram concurso serão chamados.
Porém, ele esclareceu que os Cemuns têm a característica de atender urgência e emergência, e orientou que a população procure primeiramente a unidade básica de saúde da sua região, se não estiver precisando de atendimento imediato.
“Temos uma classificação de risco. Quem chega no Cemum com problemas mais graves é atendido primeiro. Os outros têm que esperar ou procurar a unidade básica, que é a porta de entrada mais confortável. Mas todos que procuram o Cemum são atendidos, porém existe essa classificação de risco”, explicou.
Com as contratações, Chomatas acredita que desafogarão os serviços nas unidades de saúde básicas e, consequentemente, o atendimento nos Cemuns tenderá a ser mais rápido.
Outro problema, segundo ele, é que muita gente da região metropolitana procura as unidades de Curitiba. Sem falar que segunda-feira, explica ele, é um dia mais crítico nas unidades de saúde.