Povo do botão recicla futebol

Em seqüência a um projeto iniciado há quatro anos, na Copa da França, o artista Hélio Leites volta a convocar o Povo do Botão (o próprio, mais a artista Katia Horn, a boneca Balewska Rock and Bach e a veterana Efigênia Rolim) para uma exposição futebolística no espaço Lilituc, vitrine do TUC, na galeria Julio Moreira. “Ficamos tão decepcionados em 98 que resolvemos fazer disso uma tradição”, relembra.

São quatro peças em miniatura sobre a Copa do Mundo, quase todas “recicladas” da última Copa. Hélio Leites contribui com o trabalho Quem não tem Romário, vai pra Copa de rosário, uma pequena instalação composta por uma bola de “capotão” envolta por um rosário verde e amarelo, que conduz a um pente com a inscrição “A”. Ao lado, um jogador da seleção ajoelhado. Leites traduz: “Sem o Romário, pra chegar ao penta (pente + a), só de joelhos e com o rosário na mão”.

Katia Horn entra em campo com as peças O bolo da Copa, em que faz um trocadilho com a copa cômodo da casa, e Pesadelo da Copa, que reflete o temor da torcida brasileira de que o sonho do penta se transforme num indigesto pesadelo. Por fim, a “fada dos papéis” Efigênia Rolim, de 70 anos, comparece com a sua versão de uma partida de futebol, o Futebala (única peça inédita da exposição).

Hélio Leites diz que a idéia é apresentar uma visão estética do esporte mais popular do mundo. “Normalmente o futebol não é muito atraente para os artistas plásticos”, considera. “Mas o botão sempre teve íntima ligação com o esporte bretão, basta lembrar do Beliche, nosso roupeiro na Copa de 30 no Uruguai, que não media esforços para que nossos jogadores estivessem sempre corretamente abotoados”. Para terminar, ele oferece uma nova versão do fracasso da seleção canarinho na Copa da França: “É que os jogadores estavam uma “pilha’: as amarelinhas”.

Todas as Copas do Mundo

Uma viagem no tempo pelas 16 copas disputadas até hoje. É o que oferece a exposição Todas as Copas do Mundo, que fica até o dia 30 no piso G1 do Shopping Mueller. São 48 imagens – 32 fotos e 16 cartazes – pinçadas do arquivo da Placar pelos jornalistas Aparecido Araújo e Jader da Rocha (este último fotógrafo de Curitiba), que trabalharam na revista até a sua extinção, em março último.

A mostra eterniza os gols, as jogadas mais bonitas, a festa dos vitoriosos contrastando com a decepção dos derrotados, e os personagens – ídolos e carrascos – que desfilaram pelos campos do mundo desde a Copa de 1930, no Uruguai. Únicos presentes em todas as competições, os brasileiros temos uma farta coleção de momentos inesquecíveis, alguns trágicos como a derrota para o Uruguai em pleno Maracanã na Copa de 1950, outros de êxtase como os quatro campeonatos mundiais. “São imagens que mostram um pouco da emoção de cada país em participar dos jogos”, descreve Jader.

A exposição traz também, uma a uma, as decisões. Por exemplo: a de 1930 no Uruguai, em que os anfitriões derrotaram a Argentina numa competição que só teve a participação de quatro seleções européias (Romênia, Iugoslávia, Bélgica e França); o pesadelo de 1950 no Brasil, primeiro mundial organizado depois da interrupção provocada pela 2ª Guerra Mundial; as conquistas de 1958 na Suécia e 1962 no Chile, em que o Brasil venceu Suécia e Tchecoslováquia, respectivamente; a estranha Copa de 66, em que o super-time do Brasil foi engolido por Portugal, que depois seria atropelado pela Inglaterra, dona da casa; A catarse de 1970, no México, conquistada com louvor pelo dream team que reunia Pelé, Tostão, Rivelino, Clodoaldo e Jairzinho, entre outros; a final de 1974, na Alemanha, em que os donos da casa derrotaram o maravilhoso “carrossel holandês” de Cruyff, Resenbrink e Neskens; a amarga Copa de 82, vencida pela Itália de Paolo Rossi, que destruiu o futebol-arte de Falcão, Sócrates e Zico e venceu a Alemanha na final; o tetracampeonato do Brasil nos Estados Unidos, em 1994, conquistado numa dramática disputa de pênaltis contra a Itália, e o fiasco brasileiro na Copa da França.

Revista Gráfica, o retorno

Criada e dirigida pelo paranaense Osvaldo Miranda, o Miran, há quase duas décadas, a revista Gráfica retorna pela editora paulista Escala, com tiragem de 6 mil exemplares e 160 páginas a R$ 29. Editada em Curitiba, a revista esteve desativada por falta de patrocínio.

Reconhecida internacionalmente, é uma publicação que atualiza o conhecimento das várias vertentes das artes gráficas no Brasil, apresentando-se como um elo de ligação entre o Brasil e a vanguarda da criação gráfica do mercado internacional.

Nesta edição, a de número 52, a publicação mantém o seu padrão na ilustração (Bill Mayer/EUA, Theo Dimson/Canadá, Carlos Nine/Argentina), design (Bob Dennard, Dan Richards, Robert Stone, Kenji Iwa, entreoutros), tipografia, fotografia (Klaus Mitteldorf, Bob Wolfenson, Valdir Cruz etc.). A Gráfica permanece como vitrine para as artes gráficas mudiais, ora mostrando o trabalho de profissionais renomados, ora de profissionais desconhecidos, mas igualmente talentosos.

Outra inovação é a circulação mais abrangente, através da Distribuidora Fernando Chinaglia. Antes de circulação restrita, a revista agora poderá ser adquirida nas principais bancas do País.

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