Moradores da Vila Pluma, que fica às margens da Linha Verde, no bairro Pinheirinho, querem uma definição em relação à regularização da maioria das casas do local, que é fruto de uma invasão realizada há 30 anos. Segundo as pessoas que vivem na vila, boa parte das residências da localidade não conta com a escritura registrada em cartório e negociações dos imóveis ocorrem livremente sem qualquer garantia para antigos proprietários e compradores.
Valmor Ribeiro da Cruz é proprietário de uma pequena borracharia na Vila Pluma há mais de 20 anos e conta que nunca teve o registro da propriedade desde que iniciou os trabalhos do estabelecimento. “Não tenho nada registrado. Apenas faço o meu trabalho aqui e nunca vieram me procurar para regularizar meu negócio”, diz. “O que muita gente tem por aqui é contrato de gaveta e aperto de mão, mas nada oficial. Tá na hora da prefeitura regularizar essa situação”, reclama.
Dona de um pequeno carrinho de lanches, Maria de Lurdes de Souza, conhecida na vila como Dona Paraguaia, mora numa casa localizada na Rua João Antonio Culpi, comprada de terceiros. “Não tenho nenhum documento que diz que a casa é minha. Mas não há quem me tire de lá. Tudo o que tenho está na casa e construí trabalhando todo dia aqui no meu comércio”, relata. “Dizem que tem um proprietário de todos os terrenos, mas nunca ninguém sabe de nada da nossa situação. É uma vergonha, pois a maioria dos moradores aqui da vila vive aqui desde o início e ainda não tem nada oficial que diz que as pessoas são donas de suas casas”, desabafa Dona Maria.
Marco André Lima |
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Depósito de lixo: problema. |
A Companhia de Habitação Popular de Curitiba (Cohab) explicou que o processo de regularização das casas do Jardim Pluma foi interrrompido há mais de dois anos a pedido dos próprios moradores, já que boa parte da área da invasão é particular. Segundo o órgão municipal, as ações de regulamentação das residências foram retomadas neste ano.
Drogas e sujeira
Além dos problemas em relação aos registros dos imóveis, a Vila Pluma também sofre com os usuários de drogas e o lixo acumulado nos terrenos baldios. Dona Maria de Lourdes Souza afirma que em frente à sua barraca de lanches há uma área tomada por lixo e entulho de obras. “Acho que o pessoal vem de noite aqui e despeja restos de obras, lixo residencial e todo o tipo de sujeira. Têm dias aqui que o cheiro está insuportável e ainda por cima essa situação afasta muitos clientes, além de atrair insetos”, protesta.
Já Rubens Himovski, que mora na Vila Pluma há mais de 15 anos, reclama dos usuários de drogas que tomaram conta do local. “Se você andar pelo início da Rua Izaac Ferreira da Cruz só vai encontrar drogados zanzando pela via. A situação está bem complicada”, relata.
Marco André Lima |
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Valmor: tá na hora da prefeitura regularizar essa situação. |
Marco André Lima |
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Maria: não tenho nenhum documento que diz que a casa é minha. |
Confira o vídeo sobre a situação dos moradores.