Necessária à prevenção do câncer de pele, a proteção contra os raios ultravioleta é usada por pouco mais da metade dos curitibanos. A informação faz parte do Perfil dos Fatores de Risco para Doenças e Agravos Não Transmissíveis em Curitiba, elaborado pela Secretaria Municipal da Saúde a partir do Vigitel 2009 – o estudo realizado anualmente pelo Ministério da Saúde a partir de pesquisa telefônica.
A pesquisa mostra que, naquele ano, apenas 53% dos 2.014 moradores de todos os níveis sócio-econômicos da cidade entrevistados aplicavam filtro solar ou usavam chapéus, sombrinhas ou roupas adequadas para evitar a exposição aos raios solares. As mulheres se revelaram muito mais cuidadosas que os homens: 67,2% – duas vezes mais que o sexo masculino – não dispensavam algum tipo de precaução.
Idade e estudo – A responsável pela Coordenação de Diagnóstico em Saúde da Secretaria Municipal da Saúde, Vera Lídia Oliveira, destaca outra conclusão importante da pesquisa. “O incremento da proteção é proporcional ao aumento da idade e também ao maior número de anos de estudo”, revela a coordenadora, que compilou os dados usados na elaboração do Perfil.
Entre os entrevistados, o percentual de adultos protegidos contra a radiação ultravioleta sobe de 47,6% na faixa 18-24 anos para 57,2% entre os idosos (65 anos e mais). Já com relação ao número de anos de estudo, o cuidado salta de 45,8% entre os que passaram até 8 anos dentro de salas de aula (nível Fundamental) para 62,9% entre quem estudou durante 12 anos ou mais (do Ensino Médio completo para a frente).
Alerta – Proteger-se da radiação ultravioleta é um cuidado com a saúde que deve ser tomado durante todo o ano – já que ela tem efeito cumulativo – e, em especial, no verão. “Por causa do clima quente e das férias, essa é a época em que as pessoas têm mais oportunidade de se expor ao sol. Por isso, não se deve esquecer a proteção e, também, evitar o sol entre 10h e 15h, quando a radiação é mais intensa”, observa Vera Lídia. Além de ser fator predisponente à doença, o sol também favorece o envelhecimento da pele.
Segundo a Sociedade Brasileira de Dermatologia, o câncer de pele é o mais comum dos tumores. Em Curitiba, ocupa o segundo lugar entre os casos notificados da doença em homens e mulheres, sendo superado apenas pelo câncer de mama e de próstata. No ano em eu foi feita a pesquisa, a cidade registrou 42 óbitos relacionados aos diferentes tipos da doença, o que representa uma taca de 0,2 por 10 mil habitantes.