Os postos de combustíveis estão na mira da Secretaria da Saúde por causa do benzeno. O produto químico é um dos componentes da gasolina, álcool e diesel e, em contato com ar, torna-se gás tóxico. Os frentistas são os mais prejudicados, devido ao manuseio diário e constante com estes líquidos, mas mecânicos e atendentes também podem se contaminar. A partir do mês que vem, a Vigilância Sanitária irá fiscalizar os postos para averiguar se medidas de segurança contra o benzeno estão sendo aplicadas. No primeiro momento, o objetivo é identificar falhas e orientar os trabalhadores.
De acordo com Sindicato dos Frentistas de Curitiba e Região (Sinpospetro), estudos na Comissão Nacional Permanente do Benzeno apontam que a exposição ao produto favorece o desenvolvimento de doenças como o câncer e prejudicam a formação de células sanguíneas. Para o Sinpospetro, há muita desinformação e pouco uso dos equipamentos de proteção individual, como botas, luvas e creme especial para mãos. “Vamos distribuir material educativo mostrando os riscos do benzeno e as formas de prevenção”, afirma a secretária-geral do Sinpospetro, Angelita Madruga. Ressecamento das mucosas nasais e irritação nos olhos são sintomas comuns de contaminação.
Desconhecimento
O frentista Clodoaldo Fontes da Costa está há quase três anos na profissão e não sente desconforto. Questionado se tinha ciência dos riscos do benzeno, apenas disse que não “era coisa boa” e “não sabia como evitar os problemas de saúde”. O Sinpospetro não tem dados sobre afastamentos do trabalho devido ao benzeno.