Nem bem o sonho do hexacampeonato foi embora, o brasileiro já teve que voltar à realidade. Ontem, no Posto de Saúde 24h do bairro Campo Comprido, a média de espera pelo atendimento era de quatro horas. Muita gente resolveu ir embora e quem quis ficar teve que esperar em pé. Não havia bancos suficientes para tanta gente.
Corredor lotado e muita indignação. José Carlos dos Santos chegou ao posto às 11h15 e só às 16h a filha, que estava com infecção na garganta e náusea, foi atendida. ?É um absurdo. Tem que ficar aqui mais de quatro horas esperando. Só tem dois clínicos-gerais atendendo?, reclama.
Gisele Cristina da Cruz também não escondia a indignação. Ela foi até o posto levar a mãe para consultar. Chegou ao local à 1h30 e às 16h ainda aguardava. ?Ela está com muita dor na perna e no pé?, conta. Mas, segundo Gisele, o problema vem se repetindo há algum tempo. Há alguns dias procurou o posto porque o filho estava com febre e sentia dores na barriga. Mas foi embora sem ser consultada por um médico. ?A enfermeira fez a febre baixar e fui embora. Já era tarde e dependo de ônibus?, reclamou.
Diego Pereira de Meira veio da Região Metropolitana em busca de médico. Em Campo Magro não conseguiu atendimento de emergência. ?Já estou aqui há duas horas e meia. Estou cansado e com fome. É muito desgastante ficar assim esperando. Quando cheguei aqui a moça me disse que ia demorar umas quatro horas. Ainda perguntou se eu ia esperar. Claro, se estou aqui é porque estou doente?, desabafa.
Tania Regina dos Santos já estava quase desistindo de esperar. Conta que é moradora do bairro Fazendinha e o posto de lá está fechado para reformas. ?Tive que vir aqui buscar atendimento. Mas cadê os médicos de lá, não tinham que estar aqui também? Quem precisa de médico veio tudo para cá. Aqui só tem dois atendendo. Não tem nem onde sentar?, diz.
No posto de saúde não havia nenhum funcionário autorizado a dar entrevista. A reportagem tentou entrar em contato com o responsável pela unidade, mas não obteve resposta.