Tarifa

Possível reajuste do pedágio causa protesto

O possível aumento do preço do pedágio no trecho entre Curitiba e Florianópolis, que hoje é de R$ 1,10 por eixo, já gerou protestos do Sindicato das Empresas de Transporte de Cargas do Paraná (Setcepar).

Para os transportadores, é muito cedo para que um aumento aconteça e os gastos com a manutenção e operação do serviço deveriam ter sido bem calculados pela concessionária antes de assumir o controle do trecho.

“A concessionária alega que algumas praças de pedágio demoraram para ser implantadas, mas são riscos do negócio que a empresa assumiu e problemas que deveriam ter sido previstos – quando a OHL quis entrar no processo”, ataca o presidente da Setcepar, Fernando Klein Nunes. “É inadmissível esse aumento para um pedágio tão recente. Eles não são amadores para alegar desconhecimento, pois já administram outros trechos pelo Brasil”, completa.

A concessionária OHL, responsável pelo trecho, recorreu ao governo federal para pedir o reajuste da tarifa, com a alegação de que é necessário retomar o equilíbrio econômico-financeiro.

Assim como a OHL, as concessionárias de outros seis lotes de rodovias federais fazem o mesmo pedido de reajuste ou de prorrogação do cronograma de investimentos nas estradas. As empresas justificam que a burocracia do Estado implicou na demora para sua implantação.

Até agora, não se sabe ao certo qual a porcentagem do reajuste solicitado, já que a Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) ainda não se pronunciou oficialmente sobre o assunto. A OHL também informou que não vai se manifestar em relação ao possível aumento.

Outra crítica dos transportadores de cargas é com relação ao pedágio sobre o eixo suspenso de caminhões, que começou a ser cobrado na última sexta-feira nas praças de pedágio do anel de integração do Paraná. O preço por cada eixo pode chegar a R$ 17 em determinadas praças, segundo Nunes.

“A cobrança não é justa, já que os eixos suspensos não utilizam a rodovia. Está se pagando por um serviço que não é usado”, acusa o presidente da Setcepar. Cálculos das transportadoras mostram que essa mudança vai aumentar em 20% o custo com o pedágio para o transporte de carga.

A Associação Brasileira de Concessionárias de Rodovias (ABCR) informou, por meio de nota, que a cobrança dos eixos suspensos é um direito contratual e que não é preciso autorização governamental para a mudança.

Projeto de lei (PL) em trâmite na Assembleia Legislativa prevê a isenção dessa cobrança. Outro PL, de autoria do deputado estadual Péricles de Mello (PT), quer painel eletrônico nas praças de pedágio para fazer a contagem dos veículos que passam pelas rodovias. Segundo o deputado, hoje o governo fica refém dos dados da própria concessionária.