Os ânimos ficaram exaltados na manhã desta segunda-feira (16) no Edifício Asa, um dos mais antigos e tradicionais do centro de Curitiba. Cerca de 300 manifestantes, entre porteiros, zeladores e serventes de condomínios, realizaram um protesto em frente ao prédio e fecharam todas as entradas, impedindo o acesso de moradores e trabalhadores ao local.

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A categoria está em greve desde o dia 27 de março e não pretende voltar às atividades enquanto não conseguir 15% de reajuste nos salários dos trabalhadores. “Já tivemos mais de 21 reuniões com a diretoria do Secovi (Sindicato da Habitação e Condomínios) e não chegamos a nenhum resultado. Houve contra-propostas, mas nenhuma agradou a nossa categoria. Enquanto não conseguirmos nosso reajuste, não voltaremos ao trabalho”, disse Hélio Rodrigues da Silva, presidente do Sindicato dos Empregados em Condomínios de Curitiba (Sindicon). Hoje o piso salarial de um servente é de R$ 617. Já o de porteiro é de R$ 681 e o de zelador é de R$ 785.

O Secovi lamentou o ocorrido e afirmou que durante as reuniões entres as partes houve um esforço para que as reivindicações por parte dos trabalhadores em condomínio fossem atendidas parcialmente. Ainda segundo a instituição, não há condições para conceder reajuste de 15%.

Confusão

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Os manifestantes fecharam as portas do edifício por volta das 8h da manhã e a partir daí toda a confusão começou. Não era possível acessar o condomínio nem por escada e elevador e houve relatos da colocação de cola na fechadura de passagens para apartamentos e conjuntos comerciais. “Estávamos aguardando pacientes, mas eles nem conseguiram subir. Os manifestantes fecharam tudo e até briga teve com quem tentou ultrapassar o protestos”, disse a auxiliar de dentista Camila Huning.

O despachante Pedro Osatchuk, que possui escritório no edifício há oito anos, também não conseguiu chegar ao local de trabalho. “Onde está o direito de ir e vir do cidadão? Protestar, tudo bem, mas não pode impedir outros cidadãos de chegar em casa ou poder trabalhar”, desabafou.

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Para Bianor da Silva, que é proprietário de um escritório de contabilidade no Asa há 26 anos, o protesto é válido. “Eu apoio a causa. Sabemos que esse pessoal (porteiros e zeladores) ganham pouco e muitas vezes nem o piso ganham. Todos têm o direito de protestar por um salário melhor”, afirmou.

No final da manhã, a Polícia Militar foi chamada e a situação ficou mais calma entre os manifestantes e os moradores e trabalhadores do Edifício Asa.