A regional paranaense da Rede Nacional de Pessoas Vivendo com HIV e Aids (RNP+C) denunciou ontem a falta de medicamentos anti-retrovirais para os portadores do vírus e até alguns indicados para doenças oportunistas. Segundo a rede, o problema começou há cerca de seis meses, agravando-se em novembro. "A medicação não é apenas remédio, é o nosso pão, é o que garante nossa vida", disse o representante da rede no Paraná, Paulo Sérgio de Oliveira.
Na sexta-feira, Oliveira esteve no posto de saúde para pegar um medicamento específico. "Tive que pegar apenas a metade para não deixar outra pessoa sem o medicamento", afirmou. Outra portadora de HIV, de Paranaguá, teve uma experiência mais dolorosa. Como não estava se sentindo bem, ela pediu que a filha fosse buscar o medicamento. "Ela voltou chorando e falou apenas para o pai que não tinha." O próprio marido da portadora está há cinco meses sem o Zidovudina. "É um medicamento que ele utiliza diariamente", disse.
O Programa DST/Aids, do Ministério da Saúde, por meio da assessoria de imprensa em Brasília, informou que realmente houve falta por alguns dias de um composto, mas que na sexta-feira já começaram a ser repostos nas regionais.