Portadores de Down superam barreiras

De cada 700 bebês que nascem, um tem presença de material genético extra, associado ao cromossomo 21. Antigamente, quando isso acontecia, a criança estava fadada ao isolamento e era considerada incapaz de realizar qualquer coisa. Com a mudança de postura de pais e escolas, eles começaram a mostrar que as limitações estão apenas no pensamento dos outros, e a cada dia vencem barreiras, chegando até a universidade. Eles são pessoas com a síndrome de Down (SD), e o mundo todo parou ontem para refletir sobre a situação deles.

Entre outras características, a síndrome costuma afetar a capacidade de aprendizagem. Isso ocorre de modo diferente entre as pessoas que a possuem, e também varia conforme os estímulos que cada um recebeu. Com muito esforço e dedicação, eles vêm quebrando limites todos os dias. É o caso de João Vitor Mancini, 19 anos, que este ano entrou para a universidade: cursa Educação Física na Universidade Tuiuti do Paraná (UTP).

João Vitor não esconde a satisfação de ter entrado para a universidade. Mas ele só chegou aonde está com a dedicação da família e a vivência em ambientes cheios de estímulos. A mãe, Roseli Mancini, disse que quando ela e o marido souberam da notícia na maternidade não ficaram abalados, trataram de comunicar a família e a procurar ajuda para poder colaborar com o desenvolvimento do filho. Até os dois anos, ele freqüentou uma escola para crianças especiais. "Até aí foi importante, mas depois percebi que todos estavam no mesmo nível", lembra.

A estratégia deu certo e quando ela soube que o filho havia passado no vestibular a família chorou de alegria. A vida acadêmica tem feito bem para João Vitor, que conta estar bem adaptado. "Quando não consigo copiar empresto o caderno de alguém", comenta.

O pequeno Martin Oronoz, 12 anos, trilha o mesmo caminho. Ele freqüenta a 4.ª série de uma escola regular. Têm as suas limitações, mas as barreiras são vencidas com a ajuda dos professores, colegas e da própria irmã, Marcela Oronoz, que também freqüenta a 4.ª série. Ao contrário de João Vitor nas séries iniciais, ele não enfrenta problemas na escola, tem a amizade de todos, conquistada com muitos beijos e abraços. Resultado disso é a mudança de pensamento da sociedade. As crianças antigamente repetiam o comportamento agressivo dos pais. 

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