Portador de deficiência terá curso profissionalizante

No Brasil, de acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), existem cerca de 26 milhões de pessoas portadoras de deficiências físicas. Há dez anos, o governo federal decretou a Lei 3.298 (Lei de Cotas), que obriga as empresas com mais de cem funcionários a destinarem 5% de suas vagas de trabalho a pessoas com deficiências.

Embora a determinação se mantenha em vigor, não é cumprida por muitas empresas devido, principalmente, às dificuldades de se encontrar pessoas portadoras de deficiências qualificadas para determinadas funções ou mesmo de se adaptar o ambiente de trabalho às necessidades desses indivíduos.

Na tentativa de minimizar o problema e facilitar o acesso ao mercado de trabalho às chamadas “pessoas especiais”, a empresa Electrolux e a ONG Associação de Capacitação Social (Dharma) lançaram ontem, no hotel Blue Tree Towers, em Curitiba, a Universidade Livre de Eficiência Humana (Unilehu).

Tida como uma ONG caracterizada como Organização da Sociedade Civil de Interesse Público (Oscip), a universidade irá funcionar provisoriamente na sede da Electrolux, no bairro Guabirotuba. Seus integrantes irão trabalhar para fechar parcerias com outras organizações na tentativa de oferecer cursos semiprofissionalizantes e mesmo profissionalizantes a portadores de necessidades especiais.

“A idéia é começar a oferecer os cursos em Curitiba e posteriormente em diversas regiões do Paraná. No futuro, através da conquista de novos parceiros, pensamos em estender nossas atividades para outras regiões do País”, comentou o diretor de recursos humanos da Electrolux e futuro presidente da Unilehu, Edson Fernandes Vieira de Mattos.

O objetivo é que a universidade, além de um centro de formação, se torne uma intermediária entre as pessoas com deficiências e o mercado de trabalho. Para isso, a ONG também vai manter um banco de dados atualizado com o nome de candidatos às vagas disponíveis nas empresas, sua formação e suas necessidades.

A idéia também é atuar junto às empresas, ajudando-as a adaptar o ambiente de trabalho para receber as pessoas com deficiências. “Ainda não sabemos quantos portadores de deficiências físicas iremos atender em fase inicial. Tudo vai depender das parcerias que conseguirmos fechar, mas a intenção é sempre estarmos estendendo nossas ações dentro da sociedade”, explicou Edson.

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