Está faltando polícia no bairro? Há muito assalto no comércio da sua região? Arrombamentos durante a noite? Essas questões importantes você já deve ter escutado e, se duvidar, ouviu isso ainda hoje. Sabia que não cabe exclusivamente ao poder público resolver os problemas do dia a dia. A responsabilidade em ajudar ou mesmo indicar o caminho para solucionar os problemas de segurança pode ser feita por qualquer cidadão em um dos Conselhos Comunitários de Segurança.

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São 132 Consegs – Conselhos Comunitários de Segurança ativos no Paraná: 17 deles estão em Curitiba, 10 na Região Metropolitana, 4 no Litoral e 99 no Interior. Formado por moradores voluntários e com o apoio de entidades de proteção como as polícias Militar e Civil, Guarda Municipal, Defesa Civil e Bombeiros, os Consegs identificam os problemas de segurança dos bairros e planejam soluções para resolver cada um deles.

Em Curitiba, por exemplo, os 17 Consegs espalhados pela capital atuam para resolver os problemas nas regiões, que são variados: desde ondas de arrombamentos, problemas com jovens, tráfico de drogas, praças e parques que viraram mocós. Anos de atuação fizeram dos Consegs ferramentas especiais para compreender as necessidades de cada um dos bairros da capital. Por isso, a reportagem da Tribuna do Paraná entrou em contato com cada um deles para entender as dificuldades de cada região. Acompanhe o trabalho de cada um dos 17 Consegs de Curitiba nos próximos dias com a série de reportagens feita exclusivamente pelos repórteres da Tribuna Alex Silveira, Gustavo Marques e Eloá Cruz.

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“Os Seis Grandes”

Os Consegs seguem às diretrizes da Secretaria de Segurança Públicas dos Estados (Sesp), por intermédio da Coordenação Estadual dos Conselhos Comunitários de Segurança (CECONSEG).

No comando da Ceconseg desde março de 2019, o coronel Chehade Elias Geha é um dos entusiastas do projeto, pois acredita que as autoridades policiais se aproximam dos problemas das comunidades nas reuniões. “A coordenação serve como um facilitador para os Consegs do Estado do Paraná. É uma aproximação com as autoridades que muitas das vezes podem ter dificuldades de acesso. Grande maioria dos Consegs no estado são consolidados, maduros e reconhecidos pelas autoridades. É um trabalho que se conquistou, mostrando seriedade na segurança pública”, disse Geha.

Para que os Consegs alcancem resultados importantes no resgate da sensação de segurança da comunidade e na prevenção dos delitos e da desordem urbana, é indispensável envolver a sociedade, seja direta ou indiretamente nas ações. Esses parceiros são chamados de “Os Seis Grandes” – polícia, comunidade, autoridades eleitas (vereadores), comerciantes, instituições (igrejas, associação de moradores) e imprensa. “Essa união é excelente, pois nem sempre o cidadão busca o 156 da prefeitura ou mesmo o 181 para fazer uma denúncia. Já no Conseg, a direção acolhe esse pedido e faz um oficio para a prefeitura informando o que está ocorrendo. A coordenação faz essa aproximação com as autoridades. É muito válido”, reforçou o coronel.

Como funciona?

No caso dos Consegs de Curitiba, a reunião ocorre uma vez por mês em lugares variados de cada bairro. Salões de Igreja, sede comunitária, shopping, batalhão da polícia e mesmo na casa de moradores são os locais escolhidos para a conversa entre a diretoria do Conseg, representantes das polícias (quase sempre um policial militar ou civil do bairro e um guarda municipal) e interessados em pedir melhorias para a região.

Por se tratar de um Conselho de Segurança, o assunto em pauta é sempre relacionado com a proteção das pessoas. A confusão é comum entre os moradores que chegam na reunião para pedir reforma da rua. “Confunde-se demais em certos casos, como a falta de iluminação, pois não adianta reclamar na polícia. Não dá para colocar um policial em cima de uma árvore para ficar observando com uma lanterna. Nós fazemos uma espécie de palestra, orientando os membros da comunidade quanto aos objetivos de um Conseg conforme estabelece a Constituição Federal. Ninguém melhor que o morador de uma rua em dizer das suas necessidades quanto à segurança pública”, comentou o coordenador da Ceconseg.

Projetos que deram certo

Vários projetos são consolidados pela Coordenação que contam com apoio de moradores de vários bairros de Curitiba. O Risco Baloeiro evitou acidentes com bailões na cidade, o Câmera Panorâmica com Conexão direto com as autoridades reduziu assalto ou furtos em bairros como o Jardim Social, cartilhas de trânsito para motoristas, comunicados para idosos de como não cair em golpes pela internet são alguns dos bons exemplos práticos utilizados na capital. “O Conseg é um excelente canal de aproximação entre as forças policiais e a comunidade. Não é o muro das lamentações em que você vai chegar, expor e alguém vai dar conta. A pessoa participa junto na solução daquele problema com sugestões que sejam cabíveis e que podem ser executadas”, valorizou Geha.

Onde procurar?

Caso queira ir em um Conseg próximo de casa para ser voluntário ou mesmo para fazer uma reclamação ou pedido, procure no site da Ceconseg o conselho mais perto da sua região, ou entre em contato via e-mail ( conseg@sesp.pr.gov.br) e telefone  (41) 3299-7928.

“Temos vários canais de informação que pode atender toda a comunidade. Nosso site é um dos mais visitados no Brasil no aspecto segurança pública. É de fácil acesso e ali pode se tirar todas as dúvidas para quem deseja criar ou mesmo participar de uma Conseg. Além disso, pode se fazer denúncias, e temos esse acompanhamento diário”, completou o capitão da Polícia Militar, Eliéser Antonio Durante Filho.

Nas próximas reportagens, você vai saber mais detalhes sobre os problemas de cada região e como os presidentes dos conselhos estão trabalhando para revolver cada um deles. Fique de olho aqui na Tribuna!

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