População tem consciência ecológica. Falta atitude

A população está consciente sobre os problemas ambientais, mas não tem atitudes para colocar soluções em prática. Essa foi a constatação de uma pesquisa realizada para o Programa de Capacitação de Agentes Ambientais, promovido em parceria pelas Faculdades Integradas Curitiba (FIC) e a Sanepar. Vinte e seis alunos da instituição participaram do curso, que terminou ontem após um carga de 20 horas de atividades e visitas.

A professora Cristina Surek, coordenadora de pesquisa das FIC, conta que o levantamento foi feito no ano passado na região onde a instituição de ensino está localizada. A constatação na prática aconteceu durante o curso: “As pessoas têm conhecimento dos problemas e do que pode ser feito. Mas precisam de mudanças de atitude”, afirma.

Com isso, o Núcleo Interdisciplinar de Pesquisa e Estudos Ambientais (Nipea) da faculdade está implantando um programa sócio-ambiental. O primeiro passo foi a capacitação dos alunos como agentes multiplicadores de informações entre os colegas e também em outros locais. Nessa primeira etapa, também está prevista a colocação de latas de separação de lixo nas salas e nos corredores do local. “As nossas próximas ações estão voltadas para a capacitação de todos os funcionários e colaboradores. Depois disso, será formada uma comissão para o monitoramento do trabalho”, explica Cristina.

O material recolhido na faculdade será encaminhado para o Centro de Apoio ao Trabalhador e Inserção Social (Catis), uma associação de catadores de papel no Parolin. “Desenvolvendo programas de reaproveitamento e sustentabilidade, as famílias participantes poderão reciclar papel, por exemplo. E nós passamos a comprar o produto. Somando esforços de todos na área, conseguiremos ações mais consistentes”, acredita a professora. O projeto tem parcerias com a Associação de Moradores do Rebouças e com o Rotary Rebouças.

Choque

Os alunos que passaram pela capacitação fizeram visitas técnicas ao Aterro da Caximba e nas estações de tratamento de água e esgoto. A estudante Letícia de Paula, que cursa Relações Internacionais, diz que a visita mais chocante aconteceu no aterro. “A gente não imagina o quanto de lixo nós produzimos. São montanhas e montanhas de lixo”, afirma. Para Afro Netto e Cristiane Senn, estudantes de Publicidade, o depósito de lixo também foi o que mais chamou a atenção: “Enquanto estávamos lá, vieram uns dez caminhões e jogaram muito lixo. São nesses momentos que percebemos que os investimentos nessa área são poucos”, comentou Cristiane.

Netto observa que, para passar alguma informação às outras pessoas, é necessário ter conhecimento: “A população não vai poder cobrar dos responsáveis se não souber o que realmente está acontecendo. A maioria não sabe que o lixo é mais tóxico que o esgoto, por exemplo”, avalia. Cristiane cita que faltam atitudes, mas que elas podem ser desencadeadas por meio de artifícios como a colocação de latas de coleta seletiva em locais visíveis. “As pessoas vão pegando a prática automaticamente e passam a fazer isso em outros lugares, como em casa”, ressalta a estudante.

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