Enquanto o dinheiro para a ampliação do Hospital Universitário (HU) da Universidade Estadual de Maringá (UEM) não sai, a população continua tendo problemas para conseguir atendimento. Pacientes que precisam fazer cirurgias eletivas não conseguem passar pelo procedimento porque casos urgentes aparecem e precisam ser priorizados. Outras pessoas têm que esperar horas pelo atendimento e internação, deitados em macas pelos corredores do Pronto-Socorro.
A estudante Maria de Fátima Matias foi ontem ao hospital para fazer a segunda cirurgia no braço. Porém, teve que voltar para casa sem passar pelo procedimento porque o centro cirúrgico estava atendendo outro caso mais grave. Essa já era a sexta tentativa que ela fazia, sem sucesso.
Os pacientes que procuram atendimento no Pronto-Socorro também enfrentam problemas. O HU é o único hospital público da região que atende casos de média e alta complexidades, além de ser a porta de entrada de internação para outros hospitais de referência. O atendimento pode levar horas. Ontem pela manhã, 75 pessoas esperavam no local acomodadas de diversas formas: algumas instaladas em macas e outras em cadeiras. Embora o número seja bem superior à capacidade de atendimento, essa tem sido a rotina do HU.
Segundo a assessoria de imprensa do hospital, o problema só será minimizado com a ampliação do HU. Existe um plano diretor que prevê a construção de mais 18 mil metros quadrados de área – hoje o prédio tem 9 mil. Com isso, o número de leitos subirá de 89 para 270 e o número de salas de cirurgia passará de quatro para onze.
Para isso, são necessários R$ 30 milhões e até agora o hospital não conseguiu nada. A diretoria vem trabalhando junto à Secretaria de Estado da Saúde (Sesa) e ao Ministério da Saúde, que sinalizaram com a possibilidade de destinar recursos no ano que vem.
Cozinha e lavanderia
Além disso, a cozinha e a lavanderia do hospital já estão obsoletos. O Hospital Santa Casa é que vem dando retaguarda para garantir os serviços. Por enquanto, estão garantidos os recursos apenas para a construção do setor de imaginologia, que vai concentrar os aparelhos de raio-X, tomografia e ultrassonografia e, posteriormente, o de ressonância magnética.
O governo do Estado repassará R$ 300 mil e o restante ficará a cargo do hospital. A obra deve começar no fim do ano. Cerca de 1 milhão de pacientes passam pelo HU, que atende cerca de 100 municípios.