Até o final deste ano, toda a população rural do Paraná estará vacinada contra a febre amarela. A ação faz parte de um plano para evitar que a doença, que já teve notificação no Pará, Acre, Minais Gerais e Mato Grosso, avance até o Estado. De acordo com o projeto da Secretaria de Estado de Saúde (Sesa), cerca de 500 mil pessoas da área rural do Paraná serão beneficiadas a partir de janeiro.

Elas moram nos municípios das cinco regionais de saúde que ainda não estavam no programa de vacinação contra a febre amarela – 2.ª (Curitiba e Região Metropolitana), 3.ª (sede em Ponta Grossa), 4.ª (sede em Irati), 6.ª (sede em União da Vitória) e 7.ª (sede em Pato Branco). Com isso, o Paraná terá, pela primeira vez, 100% da população da área rural vacinada contra a doença. As doses podem ser tomadas por crianças a partir dos nove meses de idade e o reforço é a cada 10 anos.

O programa da secretaria inclui cinco atividades básicas que envolvem a informação para a população, a vacinação, a reciclagem de médicos e enfermeiros em todo o Estado, a vigilância entomológica (pesquisa dos hábitos de mosquitos transmissores da doença) e a pesquisa com os macacos, que também podem estar contaminados. ?Em grande parte dos casos, as epidemias de febre amarela em macacos precedem à dos humanos. Monitorando os macacos poderemos evitar que a doença chegue até a população?, afirmou o chefe da Divisão de Controle de Doenças Transmitidas por Vetores, Natal Jataí de Camargo. Esta pesquisa, que será realizada em parceria com a Universidade Estadual de Londrina (UEL), analisará os hábitos dos macacos e recolherá amostras de sangue. ?O deslocamento desses animais é constante, sempre em volta de rios e, com essa migração, eles podem levar a doença para outros estados?, lembrou Camargo.

A doença é transmitida de duas maneiras diferentes, dependendo do seu ambiente. Na área urbana, ela é transmitida pelo mesmo mosquito da dengue, o Aedes aegypti. Na área rural, os mosquitos transmissores são o Haemagogus e Sabethes. Os últimos casos no Paraná ocorreram em 1966 nas regiões de Cascavel, Toledo e Francisco Beltrão, que fazem parte da área de maior risco porque estão próximas ao Rio Paraná, onde há grande quantidade de macacos. Para garantir que a doença continue fora do Estado, é necessária a vigilância e detecção precoce dos casos, tanto em humanos como em macacos, que são os hospedeiros da doença. O Paraná foi o primeiro estado a implantar esse tipo de vigilância.

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