Os povos indígenas que vivem no Paraná não estão isentos da violência. Na última semana, o Conselho Indigenista Missionário (Cimi) divulgou um relatório, relativo ao ano de 2009, sobre as situações de abuso vivenciadas pelos índios em todas as regiões brasileiras.

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No ano passado, no País, foram registrados sessenta assassinatos, dezenove suicídios, dezesseis tentativas de assassinato e 41 mortes por desassistência à saúde de integrantes de comunidades indígenas.

A maior quantidade de situações foi verificada no Mato Grosso do Sul. Porém, o Paraná não fica de fora. No Estado – onde a população indígena, de acordo com a Funasa (Fundação Nacional de Saúde), é de 13.194 habitantes -foram verificados dois assassinatos de índios, sendo ambas as vítimas do sexo masculino e da comunidade Kaingang. Um dos assassinatos ocorreu no município de Laranjeiras do Sul e o outro em Maringá.

“Na região Sul do Brasil, além dos dois assassinatos no Paraná, foram verificados outros dois em Santa Catarina e três no Rio Grande do Sul. No Paraná e no Rio Grande, não houveram registros de tentativas de assassinato. Porém, dois foram realizados em Santa Catarina”, comenta a coordenadora de elaboração do relatório, a doutora em Antropologia Lúcia Helena Rangel.

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Em relação à população infantil, o Paraná teve dois casos de morte de crianças indígenas associados à violência. Um foi verificado em Terra Roxa, em comunidade Guarani, por falta de atendimento médico. O outro em Nova Laranjeiras, de Kaingang, por desnutrição. Em Santa Catarina e no Rio Grande do Sul, não houveram registros.

“Com todos os aparatos que temos hoje, é inconcebível que crianças ainda morram por falta de atendimento médico e desnutrição. Atribuo estes problemas, assim como todos os outros relacionados a violência contra comunidades indígenas, à falta de políticas públicas eficazes e omissão dos governos Federal e estaduais”, comenta o presidente do Cimi, dom Erwin Kräutler.

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