Usuários do Departamento de Trânsito do Paraná (Detran) foram impedidos de receber atendimento no posto da autarquia da rua João Negrão, no Centro de Curitiba, na manhã desta segunda-feira (2). Um grupo de grevistas bloqueou a entrada, apesar da decisão da Justiça concedida na última sexta-feira (27), que proibia este tipo de manifestação.

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Dos 18 servidores que atuam no posto, apenas três aderiram ao movimento. Os 15 funcionários impedidos de trabalhar foram divididos em grupos, com 12 deles deslocados para a sede do Detran no bairro Tarumã.  Três servidores permanecem na unidade Central para entrega e retirada de documentação, renovação de habilitação vencida há mais de 30 dias e prova teórica para processos de habilitação que vencem em um mês.

Decisão

A liminar concedida pelo Tribunal de Justiça do Paraná vale para a sede principal do órgão e de todas as unidades, sejam postos ou Ciretrans. A proibição, além de coibir ocupações e eventuais depredações aos prédios públicos, veda aos integrantes que impeçam os servidores que não aderiram ao movimento grevista de exercer as atividades. A decisão prevê multa diária de R$ 5 mil em caso de descumprimento.

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O texto do desembargador Nilson Mizuta é claro: “Concedo o interdito proibitório para proibir o réu, por intermédio de seus integrantes, de vedar ou limitar o acesso às dependências”, isso significa que os grevistas também não podem fazer a triagem de quais usuários entram ou não nas unidades em funcionamento.

O Departamento ingressou com o pedido após o atendimento ser prejudicado nas unidades do Hauer e do Tarumã, em Curitiba, e nas Ciretrans de Foz do Iguaçu, Maringá e Londrina, no interior do Estado, com o bloqueio do acesso de usuários e funcionários as instalações da autarquia.

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A autarquia considera as ações como prova inequívoca de que o movimento dificulta o trabalho dos mais de 700 servidores que não aderiram à paralisação e que representam 80% do total de estatutários do órgão.

O Detran lamenta, acima de tudo, o desrespeito com a população paranaense, prejudicada ainda pelo não cumprimento do mínimo de 30% de efetivo que o Sindicato dos Servidores (Sisdep) deve manter em serviço e pelo não cumprimento dos serviços essenciais que o próprio Sisdep listou, se comprometeu e deve cumprir por força legal.

A diretoria do Departamento reforça a sua preocupação em prestar serviços de qualidade, com a devida segurança para seus funcionários e servidores. A autarquia já remanejou funcionários para as cidades com maiores demandas por serviços e pede desculpas pelos transtornos causados por uma minoria.