A popa do navio chileno Vicuña, que explodiu no ano passado no cais da Cattalini, em Paranaguá, pode ser retirada da água a qualquer momento. A Smit Salvage, empresa contratada pela Ultragas (dona do navio) para realizar a retirada dos destroços da embarcação, já posicionou as correntes na peça para realizar o içamento. Ontem, foi concluído o corte da terceira parte da popa. É que, para tornar a retirada mais fácil e leve, sem sobrecarregar o guincho, a popa do Vicuña foi dividida em cinco partes.

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De acordo com João Antônio de Oliveira, fiscal do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), a demora na retirada acontece por causa de alguns impedimentos legais. ?Toda a sucata, o ferro do Vicuña, é considerado material de importação perante a Receita Federal. Por isso, não é possível retirar mais partes do navio de dentro da água enquanto a Gerdau, que comprou os destroços do navio para reaproveitamento, não estiver com a documentação de importação pronta?, explicou Oliveira.

Em função disso, a embarcação sobre a qual a popa deve ser colocada, continua cheia de sucata na Ponta do Poço, em Pontal do Sul. Segundo Sebastião Carvalho, chefe do escritório regional do Instituto Ambiental do Paraná no litoral, o material sobre a embarcação ainda está sendo lavado. Enquanto essa lavagem não estiver concluída, não é possível desembarcar a sucata no píer da Teninge, em Pontal. Caso a situação se resolva, Oliveira afirma que a remoção deve acontecer, no mais tardar, até terça-feira.

Como a proa do navio é a parte mais delicada de se retirar – porque ali se encontra a casa de máquinas e há bastante óleo combustível, podendo haver novos vazamentos, Oliveira disse que a Smit já apresentou um plano de contenção para um possível derramamento de óleo na baía. Foram realizadas ainda simulações para realizar o içamento, testando a forma de retirada conforme diferentes marés.

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As duas primeiras partes da popa foram removidas durante o mês de janeiro e já estão no píer da Tequinte. Os dois pedaços que continuam submersos deverão ser retirados até o final de março.