Foto: Aliocha Maurício/O Estado

Em São Mateus do Sul, estrutura está seriamente comprometida e necessita de obras emergenciais.

continua após a publicidade

Para tentar evitar acidentes como o que aconteceu no início do ano com a ponte sobre a represa do Capivari, na BR-116, a 9.ª Unidade de Infra-Estrutura Terrestre (Unit), órgão do Departamento Nacional de Infra-Estrutura de Transporte (DNIT) no Paraná, está dando uma atenção especial às pontes em todas as rodovias do estado.

O coordenador da 9.ª Unit, David Gouvêa, lembrou que muitas das pontes são bastante antigas, construídas entre as décadas de 1950 e 1970, o que cria a necessidade de restauração e, principalmente, de adequação às novas exigências de largura e capacidade de peso.

"No Paraná existem mais de 250 obras-de-arte (como são chamadas as pontes em engenharia), pelo menos 50 delas precisam de intervenção, o que está sendo feito na medida do possível. Não há nenhuma dificuldade técnica. Os únicos problemas são políticos e financeiros", revelou.

Gouvêa enfatizou que "no geral são obras pequenas, para adequar às novas exigências e garantir o bom funcionamento. Reconstrução dos guarda-corpos, recapamento asfático e reforço na estrutura são as principais necessidades".

continua após a publicidade

Ele ressaltou que a Unit é um órgão executor, cabendo a ela avaliar problemas de estrutura, elaborar relatório e executar a obra, mas depende da autorização do Ministério dos Transportes. "Só podemos fazer o que nos é determinado", comentou.

Gouvêa ressaltou que há 16 obras em pontes ao longo do Estado. Todas elas, além da restauração, já estão sofrendo a transformação de classe. De classes 24 e 36 (toneladas que a ponte pode suportar por eixo) elas estão passando para a classe 45.

continua após a publicidade

Além da ponte sobre a represa do Capivari, em obras desde a queda em janeiro, Gouvêa enumerou obras como a da ponte sobre o Rio Capivari na BR-476, entre Colombo e Bocaiúva do Sul, que já foi concluída; a reforma emergencial da ponte sobre o Rio Campo do Tenente, no município de mesmo nome; e a ponte sobre o Rio Negro, na divisa com Santa Catarina, ambas na BR-116.

Também na BR-116, próxima a Fazenda Rio Grande, a Ponte da Caximba, sobre o Rio Iguaçu, já está com a obra contratada, segundo o coordenador da Unit. Ele revelou ainda que aguarda a solução do impasse sobre a Medida Provisória 82 – que trata da transferência de responsabilidade sobre as rodovias federais para os estados – para intervir nas pontes sobre o Rio Iguaçu em São Mateus do Sul e em União da Vitória, também na BR-476.

Estruturas estão sendo readequadas

Quem quiser saber como ficarão as pontes após a intervenção do DNIT basta ir a Bocaiúva do Sul, pela BR-476. No quilômetro 101 da rodovia, na divisa entre Bocaiúva e Colombo, está a ponte sobre o Rio Iguaçu, uma das estruturas que foram reformadas em 2005. Larga, firme e com passarela para pedestres dos dois lados, a ponte de 59 metros foi enquadrada na classe 45.

"Essa ponte é de 1920. O tráfego sobre ela não é muito intenso, mas é pesado, devido aos caminhões que circulam pela estrada. A ponte já estava balançando. Por isso foi decretada emergência, em março de 2005", explicou Ronaldo Jares. Para revitalizar a ponte, foram realizadas obras de contenção, ancoragem, fundação e alargamento, entre outras.

Outra ponte que está adequada aos novos padrões é a do Rio Negro, da divisa entre Paraná e Santa Catarina pela BR-116. Com passarela e guarda-corpo novos, a ponte dá segurança tanto para os motoristas quanto para quem a atravessa a pé ou de bicicleta.

No entanto, na mesma rodovia, em Campo do Tenente, a ponte, que recebeu nova camada de asfalto na cabeceira devido aos buracos, não tem passarela e está com o guarda-corpo totalmente destruído. Essa é a mesma situação da ponte da Caximba, também na BR-116, nas proximidades de Fazenda Rio Grande. Estreita, sem passarela e guarda-corpo, a ponte é um verdadeiro desafio para pedestres e ciclistas. (RP)

Trabalho a todo vapor na BR-116

"Foi puro azar. Não houve nenhum erro técnico. Que culpa temos de o terreno ser tão problemático." Esse foi o comentário do coordenador da 9.ª Unit, David Gouvêa, sobre a queda de uma parte de um das pontes sobre a represa do Capivari, em janeiro de 2005.

Concluída em 2001, a ponte, que fica na BR-116 no sentido Curitiba-São Paulo, cumpria todas as novas exigências de segurança, largura e capacidade de peso. No entanto, um deslizamento da encosta causou a queda de 80 metros da ponte.

Desde então, o Dnit atribuiu um caráter de emergência para que a ponte seja reconstruída o mais depressa possível, já que, por enquanto, o trânsito nos dois sentidos da rodovia está passando por uma única ponte.

Foi justamente essa ponte a preocupação inicial do Dnit. "Antes de tudo, reforçamos a contenção da ponte que está inteira. E, depois que a nova ponte estiver pronta, vamos desviar todo o trânsito para ela para podermos fazer a manutenção da ponte que está em uso", explicou o engenheiro do Dnit, Ronaldo Jarez.

Segundo Gouvêa, mais de 500 homens estão trabalhando direta ou indiretamente na obra. O prazo de conclusão é fevereiro. Engenheiro responsável pela obra, Iziquia Constantino explicou que, devido à complexidade do solo, essa é a ponte mais difícil de ser construída. (RP)