Faz quase trinta dias que as melhorias na Estrada da Ribeira (BR-476), entre a Penha e o Guaraituba, foram iniciadas. No entanto, somente agora é possível perceber que algo está sendo feito. Uma das mudanças que chama a atenção, por ser uma reivindicação antiga, é o início das obras na ponte sobre o Rio Atuba, divisa entre Curitiba e Colombo. Há anos que a travessia está sem sinalização e iluminação, com guard-rails quebrados, além de apresentar outros problemas. A população está ansiosa para ver as obras prontas.
O órgão responsável pela obra é a Coordenação da Região Metropolitana de Curitiba (Comec), do governo do Estado. De acordo com o chefe de gabinete da Comec, Massilon Astarita, a restauração da ponte está entre as ações previstas no projeto de duplicação da Estrada da Ribeira. Inseridas no Programa de Integração do Transporte (PIT), as obras, um investimento total de mais de R$ 19 milhões, serão realizadas em dois lotes: da Penha até o novo terminal do Alto Maracanã e do novo terminal até o Guaraituba. Sobre o Rio Atuba será construída uma nova ponte e quando esta estiver pronta e interligada à estrada, o trânsito será transferido e a travessia, atualmente em péssimas condições, será recuperada. A previsão é que o trecho esteja pronto em dez meses.
O auxiliar de construção, Reginaldo do Prado, todos os dias tem que passar de bicicleta pela ponte. Ele diz que as melhorias, principalmente que garantam mais segurança, não podem demorar a vir. ?Do jeito que está não é segura. Deveria ter uma ciclovia. Também não tem passarela para pedestres. Faz uns três anos que está assim. Estava na hora de arrumar essa ponte, assim como o asfalto, que está cheio de buracos, e a sinalização, que está toda largada?, reclama Reginaldo. Dono de uma empresa na região, Itamar Vieira está preocupado quando o trânsito começar a ser desviado pela marginal. No entanto, ele diz que essa preocupação é bem menor que as vantagens que trará a rodovia quando estiver ?arrumada?. ?Vai ser problemático, mas essa obra precisa ser feita. Aquela ponte de repente fica estreita e essa deformação causa muitos acidentes. O movimento por aqui é intenso e o asfalto está superdesgastado. Faz tempo que eles anunciam a obra, agora tem que sair. É uma reivindicação de tempos. Vai ser ótimo para as empresas e comércios aqui da região?, diz Itamar.
Problema
Acima da ponte, perto do asfalto, Orlando Rech tem um estabelecimento, onde também mora com a esposa e dois filhos. Ele concorda que as melhorias são necessárias, mas afirma que lhe trarão um problema. ?Já vieram aqui e me disseram que vamos ter que sair, mas vamos para onde? Há 15 anos eu comprei este lote. Agora eles pedem para a gente sair, mas não fazem proposta nenhuma e não garantem que vão nos colocar em outro local?, lamenta o comerciante.
Segundo a Comec, geralmente, se existe propriedade muito próxima à via trata-se de uma invasão à área de domínio. O órgão explica que como é uma rodovia federal, a duplicação já estava prevista desde a inauguração, portanto a construção é irregular. A Comec não informou, no entanto, se a remoção da propriedade de Orlando será necessária.
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