Antonio Cardoso |
Poucos pedestres fizeram |
Os manifestantes paraguaios voltaram a fechar a passagem de veículos ontem, na Ponte Internacional da Amizade, em Foz do Iguaçu. Os mototaxistas, perueiros e comerciantes do país vizinho protestam contra a fiscalização rigorosa exercida pela Receita Federal (RF) desde o início do mês. Com a chamada "Operação Cataratas", o movimento nas lojas no Paraguai chegou a diminuir 80%.
Somente alguns pedestres continuaram a fazer a travessia para o lado paraguaio, e voltaram com poucas compras, porque a maioria das lojas da Ciudad del Este permaneceu fechada. Alguns caminhões que estavam a caminho do Paraguai também tiveram que aguardar a liberação da passagem, o que causou um maior congestionamento no local, com filas enormes se estendendo nas proximidades da ponte. A paralisação foi iniciada às 7h e prosseguiu durante toda a tarde.
A primeira mobilização ocorreu na segunda-feira, e os manifestantes só liberaram o tráfego na ponte no final do dia. De acordo com a PF, existe grande possibilidade de os protestos prosseguirem durante toda a semana. "Está tudo tranqüilo, um movimento pacífico. Mas a posição deles é contrária à fiscalização e, por isso, é bem provável que os protestos continuem nos próximos dias. Fechando a passagem de veículos no início da manhã e liberando na parte da noite", disse o agente da PF em Foz, Paulo Roberto.
De hora em hora, os manifestantes seguravam os pedestres que estavam no Paraguai e depois de alguns minutos liberavam a passagem. "Só assim para se verificar algum movimento na ponte", informou o agente da PF em Foz, Paulo Roberto.
Receita
Desde o começo da operação, segundo a RF, os sacoleiros deixaram de comprar R$ 45 milhões em mercadorias irregulares. As ações conjuntas dos fiscais e das polícias federal, civil e militar, do Exército e da Polícia Rodoviária Federal (PRF) estão intensificadas no Posto Fiscal Bom Jesus, no município de Medianeira, nas proximidades de Foz do Iguaçu.
O delegado da Receita em Foz, José Carlos Araújo, informou que ainda não recebeu nenhuma notificação oficial sobre a posição do governo paraguaio sobre a questão. Ontem pela manhã, existiam rumores de que o governo teria se pronunciado, pedindo que a fiscalização fosse menos rígida. No entanto, o delegado não confirmou essa informação. Ele também destacou que o combate ao contrabando de mercadorias vai continuar com a mesmo intensidade. "Não estou sabendo de nenhuma decisão. Estamos fazendo nosso trabalho e o objetivo está sendo alcançado. Isso é o que importa", afirmou.