Devota do Santo – Danuta Lisicki de Abreu
A canonização de João Paulo II apenas confirma a fé e confiança de Danuta, também nascida na Polônia e radicada em Curitiba. Ela garante que já havia percebido a santidade do papa durante um encontro com ele em Roma. “É uma figura tão iminente, santa, poderosa, mas ao mesmo tempo muito simples, humilde, como toda a dedicação”, diz.
“Quando estive com ele tive a certeza de que ele já não era um ser humano dessa terra, mas sim um espírito. Um ser humano comum sentia até um choque, porque era uma grandiosidade espiritual, luminosa muito grande. É isso que me dá força, muito ânimo”, conta ela que garante não ser a única a ter esta sensação, que é comum a diversos visitantes do Bosque do Papa.
Coroinha do Papa – Mario Litewka
“Ele fazia a preparação teórica dos coroinhas, de forma simples, para a gente entender. Wojtyla fazia questão que a pessoa usasse a inteligência. Ele era muito inteligente, nos preparava para o futuro”, conta o padre ao lembrar que naquela época a atuação religiosa era vigiada de perto pelo regime comunista, que proibia reuniões em igrejas e a abordagem de assuntos políticos.
“Ele era o mais jovem de todos os padres que trabalhavam na nossa paróquia, que empurravam para ele justamente o serviço mais pesado que era visitar os doentes. Ele tinha que andar a cidade de um lado para o outro, não era fácil. Ele também assumiu com gosto o trabalho com os coroinhas, tinha muita fé nos jovens”, lembra Padre Mario.
Ele ainda destaca o interesse de Wojtyla pelo teatro e sua dedicação para fazer com que o povo entendesse a palavra de Deus. “Ele se interessava muito para que o povo pudesse entender e fosse capaz de assumir o próprio destino. Até hoje fico na missa e vejo jovens adultos que proclamam apressados, não entendem o que dizem, e eu penso ‘que perda de tempo’ porque a proclamação é para entender o que proclama”, diz. Uma das recordações mais marcantes do padre é o encontro que teve com o papa em Roma, em 1986, quando comemorava seu Jubileu de Prata, referente aos 25 anos de sacerdócio.
Aluno do Papa – Tadeu do Pierogi
“Na minha opinião essa é uma pessoa que Deus manda uma vez a cada mil anos para resolver um monte de coisas”. É assim que o emocionado Tadeu, conhecido como o Rei do Pierogi, fala a respeito do papa João Paulo II, com quem teve aulas sobre Ética e Moral durante o curso de Teologia para Leigos na década de 1970, na Polônia. A notícia de que o religioso se tornou papa, em 1978, apenas confirmou a impressão de que ele era uma pessoa especial. “Ele era uma pessoa aberta, amiga. Não era um professor durão, mas uma pessoa que, se via alguma tristeza no olho de alguém, ele conversava. Era super aberto para as outras pessoas”, conta.
A admiração a João Paulo II veio junto com Tadeu para o Brasil, onde ele passou a comemorar os aniversários do papa com um grande bolo. A iniciativa aconteceu entre os 80 e 84 anos do pontífice, com a produção de um bolo com quilos correspondente às idades do aniversariante. Tadeu também esteve junto ao papa em 2003, quando levou um livro com mais de 15 mil assinaturas de curitibanos para ser abençoado e ainda recebeu uma benção para sua família, que carrega com ele em sua barraca de pierogi pelas feiras de Curitiba. Além disso, Tadeu ainda fez questão de acompanhar a beatificação do papa em 2011, quando foi à Roma e levou uma enorme bandeira do Brasil. “Foi muito emocionante”, lembra.
“Sua principal lição foi o amor ao jovem, à fam&i,acute;lia e educação humana dos futuros sacerdotes. Ele realizava muitos encontros com jovens, porque os jovens são o futuro. Para ele, a família era constituída por Deus, era o amor humano. Ele também se preocupava muito que os futuros padres sejam bem preparados emocionalmente e espiritualmente”, comenta.