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Policial aposentado toca projeto de cidadania na RMC

As poses já parecem com as de jogadores de futebol profissionais. O último treino teve até direito a repórter fotográfico da Tribuna registrando os lances da partida. Alguns com cabelo com corte moicano; outros ainda com carinha de criança. Mas a vontade de jogar futebol é grande. Ainda mais quando o esporte se torna a opção de lazer e a ferramenta para se afastar do que a rua pode trazer de ruim.

Em Piraquara, 53 crianças e adolescentes do bairro Bela Vista têm essa opção, aliada com orientações para a vida, sempre aos sábados pela manhã por meio do Projeto América, coordenado pelo policial aposentado Anselmo Maia. Os participantes disputam jogos de futebol e, uma vez por mês, frequentam uma palestra para prevenção contra as drogas. Tudo funciona somente com o esforço de Maia e de alguns voluntários, que acompanham o desenvolvimento dos garotos entre 7 e 14 anos.

Já são cinco anos e meio de projeto. Com lazer e orientação, as crianças e adolescentes criam a expectativa de participar das atividades e levam ensinamentos para a vida. “Esta é uma idade em que eles estão vulneráveis. Em 24 anos de profissão, já vi muitos jovens se envolverem com coisas ruins. Tudo tem a ver com o contexto em torno deles. A gente orienta e é bom ver aqueles que já passaram pelo projeto e hoje estão trabalhando, estão crescendo”, comenta Anselmo.

Felipe Rosa
Luiz Eduardo: a gente vem pelo futuro.

Para muitas crianças, algumas de locais mais humildes da região, a participação no projeto é a única distração. “Se não vier aqui, algumas destas crianças vão estar na rua, às vezes frequentando uma praça ou uma cancha com pessoas nem sempre confiáveis”, alerta o coordenador. Mas também não basta chegar com a vontade para jogar. Tem que cumprir horários e estar uniformizado. A disciplina com pequenas atitudes dentro do lazer e do esporte é transportada para o dia a dia.

“Já participo do projeto há três anos. A gente vem também pelo futuro. E acaba conhecendo gente e jogando bola”, conta Luiz Eduardo Miranda de Souza, 13 anos. “Estou aqui há seis meses e está sendo muito bom. Se a gente não vem para cá, não tem o que fazer”, afirma Wesley Mateus, 14. Os treinos de futebol acontecem na sede campestre da Associação dos Servidores Públicos do Paraná (ASPP) sempre aos sábados, das 10h às 12h.

Atrás de patrocínio

A intenção de Anselmo Maia é continuar com o projeto América e até mesmo ampliá-lo. Atualmente, tudo funciona com base no voluntariado e na arrecadação de recursos com os amigos para pagar o aluguel do campo, os uniformes e eventuais passeios com as crianças e adolescentes. O coordenador do projeto espera a ajuda de empresas, principalmente da região, para continuar com o programa que alia esporte e cidadania. “A gente não consegue contratar professores para dar uma formação esportiva para as crianças. A gente até gostaria de fazer tudo isso todos os dias, mas sem recursos não dá. Não dá para fazer voluntariado todos os dias”, declara.

Ele lembra que muitos jovens não possuem condições de pagar por lazer em locais privado ou as opções públicas nem sempre são perto. “Quando tem um jogo à noite, a gente pede uma contribuição dos pais para poder pagar o aluguel do campo. A gente vai se virando”, revela o coordenador do projeto. Quem quiser mais informações ou tiver interesse em ajudar pode entrar em contato pelo telefone (41) ,3673-1901.

Felipe Rosa
Wesley: fora de campo faltam opções.
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