Frustração, vergonha, humilhação e desestímulo. Essas foram as palavras declaradas pelo policial civil Davis Andrade, de Londrina, norte do Estado, durante uma passeata realizada na tarde de ontem em Curitiba.

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A manifestação contou com cerca de cem policiais civis e militares, que partiram da Assembleia Legislativa rumo ao Tribunal de Contas pedindo ao governo do Estado melhorias salariais e a aprovação do plano de cargos, carreiras e salários.

De acordo com o investigador da Polícia Civil e coordenador do Movimento Operação Padrão, Eyrimar Bortot, além das reivindicações, a classe luta pelo reconhecimento da periculosidade da profissão.

“O Paraná é um dos únicos estados que não reconhece a natureza especial do trabalho dos policiais. Em São Paulo, por exemplo, após o confronto entre as polícias, a administração se viu obrigada a melhorar as condições de trabalho. Não querermos chegar a esse ponto”, afirma.

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Quanto à efetivação do plano de cargos, carreiras e salários, Bortot critica: “O próprio TCU (Tribunal de Contas da União) já aprovou, por unanimidade, a recepção da Lei Complementar n.º 51/85, que permite ao servidor policial se aposentar após 30 anos de serviço. Não entendemos como ainda não entrou em vigor”, relata.

Gerson Ricardo Rocha, policial civil que ficou paralítico após um confronto, garante que a classe está unida para alcançar seus objetivos. “É inadmissível que um policial saia do seu plantão e tenha que fazer um bico para complementar a renda mensal”, desabafa.

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Greve

Durante a passeata, Batista confirmou a possibilidade de as polícias Civil e Militar entrarem em greve a partir do próximo mês. “Por enquanto estamos fazendo manifestações pacíficas.

No entanto, caso nada seja feito, começaremos com paralisações de um dia, aumentando gradativamente”, adianta. Caso a greve realmente aconteça em abril, Batista afirma que apenas o plantão e os guardas de presídios trabalharão.

A equipe de O Estado questionou a Secretaria de Estado da Segurança Pública (Sesp) sobre a possibilidade de atender às reivindicações, mas o órgão não se pronunciou sobre o assunto.