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Policiais protestam por renovação de contratos

A Secretaria de Estado da Segurança Pública (Sesp) anunciou ontem a prorrogação, por 120 dias, dos contratos de 335 auxiliares de carceragem temporários, que venceriam em 2 de outubro. Os funcionários atuam na guarda de presos detidos provisoriamente em cadeias e delegacias de todo o Estado. Para o Sindicato dos Investigadores de Polícia (Sipol) a notícia é positiva porque garante ao policial a função única de investigar crimes. Na manhã de ontem, funcionários de diversas delegacias protestaram na Boca Maldita a favor da renovação dos contratos, pois caso contrário, os investigadores teriam que desviar as atividades para o transporte e segurança de presos, revistas em visitantes e horários de alimentação.

O cargo dos auxiliares foi criado pela Sesp em 2006, por contrato temporário, de forma paliativa. Segundo o presidente da Associação de Carceragem, Reginaldo Carvalho, a categoria quer ser incluída no quadro de funcionários da Polícia Civil, para trabalhar de forma permanente e receber adicionais por risco de vida e insalubridade. “Se já está um caos com os auxiliares de carceragem, imagine sem”, desabafa.

A vice-presidente do Sipol, Ana Moro, afirma que o sindicato é solidário à efetivação, mas alerta que mesmo com funcionários fixos, o problema essencial da superlotação de delegacias permanece “Não há como garantir a segurança do preso, do policial e da população, com a falta de condições para o abrigamento em delegacias”, afirma.

Segundo a Secretaria Estadual de Justiça (Seju), há 11,9 mil detidos em delegacias, colocando o Paraná no patamar de pior estado em números de presos em delegacia de polícia, apesar da queda de 27% do volume desde dezembro de 2010. O governo estadual anunciou a criação de 2 mil vagas no sistema penitenciário até o fim de 2012. Os presos dos 1º, 5º e 8º distritos serão encaminhados aos presídios em até 60 dias. Em outubro, 600 mulheres serão transferidas para a unidade feminina da antiga Penitenciária Central do Paraná, em Piraquara. De acordo com a secretária Maria Tereza Uille Gomes, até o final de 2013 serão ampliados oito estabelecimentos penais e até o fim de 2014 serão construídas seis novas penitenciárias no Paraná, criando 6.348 novas vagas. Em nota divulgada no final da tarde de ontem, o governo citou o compromisso de transferir todos os detentos estão custodiados pela Polícia Civil para unidades prisionais do Estado.

Centro de Triagem

Policiais civis também reclamam da administração do Centro de Triagem II, que segundo o governo terá gestão compartilhada entre a Sesp para a Seju na segunda-feira. De acordo com eles, mesmo antes dessa mudança as delegacias já estão recebendo negativas de transferência de seus presos para a unidade prisional e a previsão é de que aumente a burocracia.

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