Policiais federais realizaram ontem, na sede da Polícia Federal (PF), em Curitiba, um ato público para mostrar o descontentamento da categoria com o governo federal.

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O mesmo aconteceu em todo o País, seguindo um posicionamento da Federação Nacional dos Policiais Federais (Fenapef). Um dos principais problemas está relacionado com a Lei Orgânica, que deveria regulamentar todo o quadro funcional do órgão.

Segundo Naziazeno Florentino Santos Júnior, vice-presidente do Sindicato dos Policiais Federais do Paraná e diretor de estratégia sindical da Fenapef, a PF foi criada há mais de 50 anos e nunca teve a Lei Orgânica regulamentada. “Estamos tentando resolver esta situação há muitos anos. Está tudo parado no Ministério do Planejamento”, comenta.

De acordo com ele, outro problema enfrentado pela categoria é o tratamento dado aos policiais de terceira classe. São três mil profissionais nessa situação. Eles prestaram concurso para a segunda classe e, entre o resultado e a posse, o governo federal criou mais esta etapa. “Isso atrasa em cinco anos a carreira do policial. A polícia do Distrito Federal tinha o mesmo sistema e a situação foi resolvida lá”, afirma Santos Júnior.

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Ele ainda alerta para o desempenho de atividades administrativas por policiais federais. O sindicalista conta que o governo federal fez um concurso público há três anos para a parte administrativa, e contratou uma grande quantidade de profissionais.

“Mas metade já foi embora por causa dos baixos salários”, esclarece. Dessa maneira, policiais precisam fazer serviços como o de recursos humanos. “Outros profissionais especializados fariam muito melhor este serviço. E deixariam os policiais somente para a segurança pública”, argumenta.

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Santos Junior também critica a terceirização dentro da PF. De acordo com ele, foi feita uma licitação para a contratação de recepcionistas, mas os terceirizados estão desempenhando funções de policiais, como a análise de visto de entrada e determinação do prazo de permanência de estrangeiros no País.

“Eles estão atuando como policiais e não têm o menor conhecimento. Aqui, no aeroporto (Afonso Pena) isso não ocorre. Mas está acontecendo em Foz do Iguaçu, nas pontes da Amizade e Tancredo Neves”, assegura. Procurada pela reportagem, o Departamento da Polícia Federal em Brasília não quis se pronunciar sobre os atos públicos.