O projeto de lei foi aprovado ontem pela AL. |
O projeto de lei complementar que enxuga o quadro de categorias funcionais da Polícia Civil de vinte para cinco e promove um ajuste salarial de 120% para as carreiras de investigador, papiloscopista e escrivão foi aprovado ontem na Assembléia Legislativa.
Hoje o projeto segue para o governador Jaime Lerner sancionar. O presidente do Sindicato da Polícia Civil do Estado do Paraná, Luís Bordenowski, calcula que três mil policiais em todo o Estado serão beneficiados. Aproveitando a oportunidade, as mulheres de policiais militares pediram o apoio da casa para pressionar o governo a liberar o projeto da categoria, de forma que também seja apreciado.
O presidente da União da Polícia Civil, Wilson Villa, demonstrou grande satisfação com a aprovação do projeto. “Foram oito anos sem reajuste salarial e agora provavelmente em setembro já estaremos recebendo novos vencimentos”, lembrou ele, salientando que dos atuais R$ 300,00 que um investigador de quinta classe recebe, passará a receber R$ 562,06. Em cima deste valor incidirá ainda um aumento de 120% referente ao pagamento do Tempo Integral e Dedicação Exclusiva (Tide), que elevará o vencimento para R$ 1.196,53. Somente a carreira de agente de operações policiais ? que requer nível de escolaridade do ensino médio, antigo 2.º grau ? terá um vencimento um pouco menor, de R$ 507,96 no básico e R$ 1.018,00 com o Tide. Todas as demais carreiras, a partir de agora, são de nível superior.
Projeto
O projeto aprovado unificou as carreiras policiais civis de datiloscopista e de identificador datiloscópico, que agora passa a ser chamada de papiloscopista. As carreiras de técnico e de operador em telecomunicações policiais recebem a denominação de agente em operações policiais. Com a extinção das categorias, de técnico e de auxiliar em manutenção policial, restaram então as seguintes carreiras policiais: delegado de polícia; comissário de polícia (em extinção, pois existe apenas um na ativa); investigador de polícia: escrivão de polícia; papiloscopista e agente em operações especiais.
Polícia Militar
As mulheres de PMs passaram o dia todo na Assembléia, inclusive um grupo de quarenta pessoas que veio de Londrina, para pedir que o plano de reajuste salarial dos milicianos também seja aprovado. O presidente da AL, Hermas Brandão, se comprometeu a conversar ontem mesmo com o governador sobre o assunto. Uma reunião entre representantes de policiais e da Secretaria de Administração ficou programada para quarta-feira, às 9h.
As esposas reclamam que há 8 anos a classe não tem nenhum tipo de reajuste. Se o projeto for aprovado, a correção para os PMs vai variar de 12% a 64%, conforme o tempo de serviço. Dentro desta margem está o aumento da gratificação que, para policiais abaixo de segundo tenente, sobe de 100% para 120% e acima desta patente a gratificação sobe para 170%. Deste modo, um policial com vinte anos de carreira, que ganha R$ 673,94 passará a receber R$ 1.347,89.
Segundo a presidente do Centro Integrado do Movimento das Esposas de Policiais, Lúcia Maria Ferreira Sobral, a prioridade é desengavetar o projeto. Se não conseguirem com diálogo, vão procurar outras formas de protestar. A possibilidade de fechar a entrada de quartéis, como no ano passado, não está descartada.