A Polícia Federal (PF) fez ontem o voo inaugural da primeira aeronave brasileira não tripulada de alta tecnologia. O equipamento será destinado à fiscalização no oeste do Paraná, em região de fronteira com o Paraguai e com a Argentina.
Com o veículo aéreo não tripulado (Vant), a PF poderá reprimir o tráfico de drogas, o contrabando de armas e fazer a vigilância ambiental da região. Para o ano que vem, outras duas aeronaves do mesmo modelo estão previstas para a Amazônia e para o trecho Rio de Janeiro – São Paulo, onde o foco da fiscalização serão as favelas das duas cidades.
De fabricação israelense e dotada de altíssima tecnologia, a aeronave é controlada remotamente por bases terrestres e carrega potentes câmeras que possibilitam visualizar, mesmo em elevadas altitudes, o movimento e as ações de veículos e pedestres, além de poder detectar túneis, por exemplo.
O aparelho tem mais de dez metros de envergadura e autonomia de voo de mais de 20 horas, com custo estimado em US$ 20 milhões cada um. Além da eficácia na investigação, a produção de provas de crimes será facilitada, de acordo com a PF. A base de controle do Vant vai ficar, inicialmente, em São Miguel do Iguaçu.
A tríplice fronteira foi definida pela PF como área de prioridade para instalação e operação do Vant para combater o crime organizado na região. Nos últimos três anos, 72% de toda a maconha apreendida no Estado veio da região oeste.
Para reprimir atos criminosos, além de adquirir o Vant, a PF já investiu no reforço de outros recursos materiais e deslocamento de maior quantidade de pessoal para aquele local.
Ontem, o superintendente da PF no Paraná, Maurício Leite Valeixo, supervisionou o primeiro voo da aeronave, que agora passa por uma maratona de testes. Por enquanto, a fase de testes com o Vant continua e a PF não divulgou quando essa etapa deve terminar. Ainda segundo a PF, a aeronave pode ser deslocada para outras regiões do Estado, caso seja necessário investigar crimes ambientais.