Os servidores da Polícia Federal (PF) de quase todo o País ameaçam cruzar os braços hoje. Mas a confirmação sobre a paralisação só viria depois do encontro do ministro da Justiça, Márcio Thomaz Bastos, com o Grupo de Entidades Representativas das Categorias do Departamento de Polícia Federal (Gerc), que ocorreu ontem à noite, para discutir o reajuste salarial da categoria. A manifestação é um alerta para o governo federal que tem até o dia 30 para resolver a situação. Se nenhuma solução for encontrada, eles prometem deflagrar uma greve por tempo indeterminado.
A paralisação vai atingir toda a categoria: agentes, delegados, peritos, escrivães, papiloscopistas (especialistas em impressões digitais) e servidores administrativos. Segundo o presidente do Sindicato da Polícia Federal no Paraná (Sinpef-PR), Edson Carlos da Silva, o único serviço que será feito é a proteção aos prédios da PF e o atendimento aos presos sob custódia. A maioria dos agentes em Curitiba, se confirmada a paralisação, vai se reunir em frente a sede do sindicato.
A categoria pede reajuste salarial de 30% agora e outros 30% para fevereiro de 2007. Nos últimos 12 anos, os servidores conseguiram apenas 17% de aumento. O reajuste só veio depois que a categoria ficou 59 dias parada. "Não queremos parar as atividades, mas se o governo não vier com uma proposta concreta vamos ter que fazer greve", fala Edson.
De acordo com a Federação Nacional dos Policiais Federais (Fenapef), existe um documento assinado pelo ministro da Justiça, que oficializa o apoio do governo ao pleito dos federais – mas, apesar de aceita pelo governo, falta ainda a reposição ser formalizada.