A Polícia Militar (PM) cumpriu, por volta das 9h20 da manhã desta quinta-feira (23), a ordem de reintegração de posse do terreno ocupado na divisa dos bairros Fazendinha e Campo Comprido, em Curitiba.
Os ocupantes da área, ao saber que a Polícia estava a caminho, bloquearam a rua Mário José Zancanaro por volta das 5h da manhã.
Depois das 6h, a rua João Dembinski também foi bloqueada e uma barreira com pneus em chamas foi formada. Após a chegada da PM, por volta das 7h30, cerca de 800 policiais entraram em formação. O prazo para a saída voluntária das mais de mil famílias era até às 8h da manhã.
Mulheres e crianças foram colocadas na linha de frente e ficaram, inclusive, deitadas antes dos pneus em chamas. O comando da operação da Polícia Militar se reuniu com os manifestantes para a retirada das mulheres e crianças e a saída pacífica deles do local.
Ciciro Back |
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Os manifestantes atearam fogo em pneus e bloquearam duas ruas. |
Não houve acordo e a PM iniciou a retirada das famílias à força. Alguns ocupantes entraram em confronto com a Polícia, que utilizou disparos de bala de borracha, mas em pouco tempo a situação foi controlada.
A princípio, três pessoas ficaram feridas: uma mulher e uma criança, integrantes da ocupação, e um cinegrafista da TV Comunitária ficou ferido no rosto. Ambulâncias do SAMU estavam no local para qualquer eventualidade.
Os policiais estão permitindo que grupos de cinco pessoas entrem na área para retirar os pertences pessoais das casas. Técnicos da Copel estão desligando os “gatos” feitos na rede elétrica.
Em entrevista à Rádio CBN, José Maria Alves Coelho, um dos ocupantes do terreno, estava revoltado com a utilização da força pela Polícia Militar. Ele reclamou que as famílias só desejam ter um lugar para morar. José Maria chamou a juíza que concedeu a reintegração de posse de “débil mental” e acusou familiares da empresa CR Almeida – provável proprietária de uma parte do terreno – de cometer assassinatos no Pará.