Polícia Civil busca diálogo com governador Requião

Os pedestres e motoristas que circularam ontem no meio da tarde na região central de Curitiba devem ter se surpreendido com o alto barulho de sirenes e a quantidade de viaturas da Polícia Civil no local. A movimentação maciça, no entanto, nada tinha a ver com alguma ocorrência grave e de grandes proporções. A barulhenta carreata teve como objetivo anunciar à população que, ao contrário do que era previsto, os policiais civis não entraram em greve, por ora.

Em vez disso, o modo da classe protestar contra a falta de diálogo com o governo do Estado na campanha salarial foi deflagrar uma operação-padrão. "Quando todos esperavam que parássemos de trabalhar, optamos por trabalhar ainda mais", resumiu o presidente do Sindicato das Classes Policiais Civis (Sinclapol). Entretanto, a operação-padrão acaba na próxima quarta-feira e, caso o governo não dê uma resposta aos policiais, a greve será deflagrada a partir da zero hora de quinta-feira.

Segundo o deputado estadual Natálio Stica, "o estudo está sendo concluído pelas secretarias estaduais de Administração e da Fazenda. Assim que o governador tiver o estudo em mãos, ele deve anunciar uma proposta".

Em função da dificuldade de diálogo com o governo, havia-se cogitado, no mínimo, o início de uma operação-tartaruga, com atendimento apenas às ocorrências mais graves. No entanto, após a assembléia realizada no Plenarinho da Assembléia Legislativa do Paraná, a categoria optou pela aceleração de serviços, na tentativa de sensibilizar o governador Requião. "Não queremos prejudicar a população e, trabalhando com força máxima, queremos chamar a atenção para o diálogo. Mas se ele não ocorrer, a greve começa na quinta", disse Martins.

Ontem surgiu a notícia extra-oficial de que o procurador-geral do Estado, Sérgio Botto de Lacerda, teria acenado com uma proposta de reajuste salarial de 37%, mais gratificação para carreiras de curso superior. "Não foi oficial. Por isso não podemos discutir essa proposta. Mas estamos confiantes", resumiu o presidente. Os policiais civis pedem revisão do plano de carreira e reajuste salarial na ordem de 100%, com maiores benefícios aos profissionais com terceiro grau completo.

Após a carreata pelo centro da cidade, que teve adesão em massa, representantes da classe se reuniram na sede do sindicato.

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