Os R$ 5,5 milhões transportados pela aeronave de pequeno porte que caiu na zona rural de Almirante Tamandaré, matando quatro tripulantes, na noite de terça-feira (6), pertencem ao Banco do Brasil, segundo informou o delegado Hamilton da Paz, titular do Centro de Operações Policiais Especiais (Cope).
O bimotor carregava nove malotes e um deles contendo R$ 60 mil estourou durante a queda, espalhando notas de R$ 5 e R$ 10 pela vegetação. Do total extraviado, R$ 5.430 foram recuperados até o início da tarde desta quinta-feira (8) com sete moradores da região chamada Capivara dos Manfron. Eles foram procurados por investigadores do Cope e devolveram a quantia.
“Não houve saque. O malote estava no bico do avião e rasgou com a queda. Com o deslocamento do vento do helicóptero que ajudou no resgate às vítimas, as notas se espalharam no mato. Os moradores foram ver o acidente e coletaram o dinheiro. Cada um juntava o que podia. São pessoas humildes, moradoras da região. Não tem nenhum bandido envolvido”, esclareceu o delegado. Policiais continuam na região a fim de recuperar o restante do dinheiro.
Banco
O avião da Hercules Táxi Aéreo foi contratado pela empresa de segurança Brinks que presta serviço para o Banco do Brasil. O bimotor decolou de Dourados (MS) com destino ao aeroporto do Bacacheri. “O dinheiro é de uma movimentação normal do banco. São notas que estão em circulação”, disse o delegado. Após fazer a contabilidade do dinheiro, representantes da empresa estiveram no Cope para registrar boletim de ocorrência do extravio.
O piloto Carlos Gilberto Mohr, 51 anos, comandante do bimotor; o co-piloto Leonardo Uchoa Lesa Azevedo, 31, e o vigilante Leandro Ferreira dos Santos, 22, morreram na hora. O vigilante Vilmar Rodrigues, 43, foi encaminhado ao Hospital do Trabalhador, mas não resistiu aos ferimentos.
Segundo o major-aviador Marcos Antônio dos Santos, do Centro Integrado de Defesa Aérea e Controle de Tráfego Aéreo (Cindacta 2), há sinais de que o piloto tentou um pouso de emergência, mas teria batido na copa de uma árvore. O Serviço Regional de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáutico (Seripa V) investiga as causas do acidente.
A Brinks preferiu não se manifestar sobre o assunto seguindo a política internacional da empresa.