Polêmica na Ilha do Mel afeta turismo, diz sindicalista

De acordo com o Sindicato de Hotéis, Restaurantes, Bares e Similares do Litoral do Paraná (Sindilitoral), o turismo na Ilha do Mel teve uma redução de pelo menos 50% desde o início do impasse sobre as construções irregulares. “As pessoas ouvem as palavras irregularidade e corte e desistem de ir até a Ilha. A diminuição do movimento prejudica toda a região”, ressaltou o presidente do Sindilitoral, José Carlos Chicarelli.

Ele conta que, mesmo fora de temporada, duas de cada quatro reservas feitas para as pousadas da Ilha estão sendo desmarcadas pelos problemas gerados com a polêmica entre governo estadual e moradores e comerciantes do local.

Para evitar maiores prejuízos ao turismo da região, o presidente do Sindilitoral, em parceria com a Associação das Donas de Casa do Paraná, entrou com uma ação popular na Terceira Vara da Fazenda, em Paranaguá, na última sexta-feira, com a intenção de impedir a ação da Copel e da Companhia de Água e Saneamento de Paranaguá (Cagepar).

No mesmo dia, os proprietários dos 20 imóveis da Ilha do Mel que constam no relatório de construções irregulares feito pelo Instituto Ambiental do Paraná (IAP), conseguiram mandados de segurança preventivos para impedir que o fornecimento de água e energia elétrica no local sejam suspensos. Os mandados foram expedidos pela 3.ª Vara da Fazenda Pública de Curitiba.

O Sindilitoral aguarda agora a decisão em relação à ação popular. “Incentivamos os comerciantes a entrarem com o pedido de mandado preventivo e deu certo. Isso prova que o corte de água e luz é uma iniciativa que vai contra a lei”, destacou o advogado do sindicato, Nivaldo Migliozzi.

Após a apresentação do relatório pelo IAP ao governo estadual, no início do mês, a Copel e a Cagepar seriam notificadas para realizar o procedimento, caso os proprietários dos imóveis se recusassem a comparecer em audiência no Ministério Público (MP) para prestar esclarecimentos e negociar a situação das construções irregulares.

Plano diretor

O proprietário de uma das pousadas que constam no relatório, Gilberto Espinoza, explicou que os moradores e comerciantes da Ilha aguardam por parte do governo, a formulação e implantação de um novo plano diretor. “Queremos que o turismo do local cresça sem qualquer agressão ao meio ambiente. Dependemos da natureza da mesma maneira e, somente com uma ação eficiente do governo, poderemos resolver a situação”, explica.

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