O Teatro da Ordem é o único teatro público de Paranaguá, no litoral do Estado. Ocupa o espaço de uma antiga igreja, tombada pelo Patrimônio Histórico e Artístico do Paraná. É o local de formação de artistas do município e de toda a região. A referência cultural está agora no meio de uma polêmica. Há quem garanta que o teatro pode voltar a ser uma igreja, segundo pedidos da comunidade. Os artistas protestam. Mas, até esse momento, não há nada de concreto quanto a isto.
A Igreja Terceira da Ordem de São Francisco teve a sua construção iniciada em 1770 e concluída 14 anos depois. A estrutura, de arquitetura barroca, foi o templo católico da aristocracia imperial de Paranaguá. Em 1962, a igreja foi tombada pelo Patrimônio Histórico e, anos depois, sofreu um incêndio e precisou ser reformada. Foi quando a igreja se transformou em centro cultural.
A polêmica sobre o espaço voltar a ocupar a sua função religiosa surgiu quando um padre da cidade sugeriu a mudança. Ele estaria fazendo, inclusive, um abaixo assinado para solicitar a transformação. ?Seria uma grande perda para a formação de muitos artistas. Está sendo construído um novo teatro municipal em Paranaguá, mas por que a cidade não pode possuir dois??, questiona François Rios, presidente do Sindicato dos Artistas e Técnicos em Espetáculos de Diversos do Litoral do Paraná (Sinated Litoral).
Recentemente, Rios se reuniu com dom João Alves, bispo de Paranaguá, para verificar a procedência do pedido. Recebeu como resposta que a Mitra Diocesana não está interessada em reaver a igreja. Mesmo assim, Rios garante que continuam as articulações para que a mudança aconteça. ?Estamos aguardando uma nova reunião com o bispo, que ficou de chamar o sindicato, a Prefeitura e a Fundação Municipal de Cultura para conversar. Paranaguá tem igrejas suficientes, mas tem carência em cultura?, explica Rios, que deseja uma posição oficial sobre o assunto.
No Teatro da Ordem, funcionam cursos de teatro e a sede do sindicato. A presidente da Fundação Municipal de Cultura, Maria Helena Nizio, comenta que a história não passa de um boato, que foi formulado por causa da construção do novo teatro (ainda não há data prevista para a inauguração). ?Tudo começou quando um padre sugeriu que a igreja retornasse à Mitra. Mas nada foi conversado oficialmente. Não foi dado qualquer passo para isto?, assegura.
O bispo de Paranaguá, dom João Alves, informou que ainda não existe nenhuma decisão oficial sobre o assunto.