Cerca de 1,5 mil pessoas estão ocupando uma área de 100 mil metros quadrados na Rua Nova América, esquina com a Rua Natálio Scussiato, no bairro Campo Comprido, em Curitiba. Alguns estão no local desde quinta-feira. O grupo só está aumentando.
Ontem pela manhã, perto de 80 pessoas já tinham incluído o nome em uma lista de espera para também poderem entrar na área. Na frente do terreno, mais de cem carros estão estacionados. Porém, o grupo nega que os veículos pertençam aos invasores.
Os primeiros a chegarem no local contam que entraram pela frente do terreno, mas foram inibidos por seguranças particulares supostamente armados. Mais tarde, eles mudaram de estratégia e passaram a entrar pelos fundos do terreno, abrindo picadas e montando as barracas.
?Nós agimos que nem um câncer, que vem devagar e toma conta de tudo?, compara um dos invasores. Cada família delimitou sua área, de 8 x 20 metros, colocando barracas de lona ou de acampamento e revezavam a permanência no local. Até áreas para uma futura creche e posto de saúde já estariam definidas.
O eletricista desempregado Marivaldo Rosa de Lara foi um dos primeiros a chegar no terreno. Ele conta que optou pela invasão para tentar uma vida melhor para a esposa e duas filhas, que estão com ele no terreno. ?Estou vivendo de bicos há oito meses e desse jeito sei que nunca vou conseguir ter minha casa própria?, disse.
Assim como Marivaldo, muitas famílias levaram crianças para a invasão. Camila Moreira Pereira só sai debaixo da lona de plástico para dar banho na filha Ana Beatriz, de apenas seis meses. ?Vou para casa para dar banho na menina, mas volto logo?, conta Camila, que garante que o marido ganha R$ 500 de salário e gasta R$ 250 de aluguel.
(Leia esta matéria na íntegra na edição de hoje do jornal O Estado do Paraná).