Pneu velho vira tubulação para águas pluviais

Cascavel

  ? Pneus descartados estão sendo utilizados pela Prefeitura de Cascavel para a construção de galerias pluviais em substituição aos tubos de cimento. Com isso, a Prefeitura está economizando até 50%, ao mesmo tempo em que produz bons resultados ambientais, com a retirada dos pneus de terrenos baldios e impedindo que se transformem em criadouros de mosquitos.

A proposta de uso dos pneus foi apresentada ao prefeito Edgar Bueno (PDT) pelo microempresário Antônio Guedes, que montou, nos fundos de sua casa, uma fábrica em que processa os pneus, recolhidos por funcionários ou comprados de catadores da cidade. É Guedes quem coloca os “tubos de borracha” em valas abertas pela Prefeitura.

Até agora, foram instalados cerca de mil metros de manilhas no bairro de São Cristóvão. “Vamos fazer mais”, diz o secretário de Serviços Urbanos, Paulo Gorski. Segundo ele, de cada pneu são tiradas duas faixas ? aquelas que encostam na roda ? com cerca de 5 cm. Esses pedaços são encaixados um no outro, formando uma espécie de tubo, com diâmetro entre 40 e 60 cm, inicialmente amarrados com arame. Com o tempo, a própria resina da borracha faz com que esses pedaços colem, garantindo total impermeabilidade.

“Eu não acreditava na resistência, mas fui convencido”, afirma o secretário. Os técnicos da Prefeitura têm feito uma análise da reação do novo manilhamento após as chuvas pesadas, freqüentes nesta época do ano. “A eficiência está provada”, atesta.

Dados da Prefeitura mostram que o metro de tubo de concreto custa em média R$ 29,00 (mais mão-de-obra), enquanto com pneus o custo é de R$ 16,00, já colocado. A estimativa é que a durabilidade da borracha seja muito maior do que a do concreto. “É um projeto simples, mas que une as necessidades de racionalizar investimentos e preservar o ambiente”, resume Edgar.

Guedes trabalha há cerca de dez anos na busca de novas utilidades para pneus descartados. Segundo ele, agora só falta encontrar utilidade para o arame. Depois de retirada as duas faixas para a confecção das manilhas, o restante da borracha é utilizado em várias coisas, como consertos de sapato e sofás, além de drenagem de áreas alagadas.

Com o sucesso conseguido na experiência em Cascavel, outras prefeituras da região têm procurado informações. “Quem não quer economia em torno de 50%?”, indaga o secretário Paulo Gorski.

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