Para evitar violência, a Polícia Militar voltou atrás e desistiu de fazer a reintegração de posse da Fazenda Boito, uma área de 900 hectares, em Ramilândia, região Oeste do Estado.

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Os policiais chegaram na manhã de ontem a Ramilândia, com a ordem de desocupar a fazenda invadida em 31 de agosto do ano passado. No acampamento há cerca de 500 famílias. No entanto, com a resistência dos sem terra, que bloquearam a estrada de acesso à fazenda, a Secretaria de Estado da Segurança Pública (Sesp) determinou a retirada dos policiais, para evitar o confronto. ?A polícia veio aqui para cumprir a ordem de despejo. Estavam prontos para nos expulsar. Mas ao ver o número de famílias trabalhando na região e a resistência do pessoal, que bloqueou o acesso à fazenda, recuou? comentou Jair Costa da Silva, um dos líderes do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) na região. Jair lembrou que os ocupantes já estão no segundo ano de plantio para auto-sustentação na fazenda. E que no acampamento funciona também uma escola itinerante com cerca de 300 crianças. ?Com a desocupação, tudo isso seria perdido?, ressaltou.

Através de sua assessoria de imprensa, a Sesp informou que optou pelo recuo da Polícia Militar para evitar um confronto violento entre os sem terra e os policiais, já que os ocupantes estavam irredutíveis. A secretaria informou também que já agendou, para segunda-feira, uma reunião no Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) para que possa chegar a um acordo para uma desocupação pacífica.

Para o líder do MST, ?não há muito o que se negociar. Nós queremos a recompra da área pelo governo federal para assentar, definitivamente, essas famílias. Já há o plantio e escola. O pessoal está acostumado com a vida aqui e não tem porque transferir todo mundo para outro lugar?.

Ofício

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A Comissão Pastoral da Terra, MST e a Ong Terra de Direitos enviaram ontem uma nota revelando que três trabalhadores do MST estão sendo ameaçados de morte pelo proprietário da fazenda Santa Rosa, em Manguerinha, na região Sudoeste do Estado. As ameaças são uma forma de represália à prisão de um segurança da área. A fazenda Mamborê tem 1. 936 hectares, foi ocupada por cerca de 130 famílias em 29 de outubro e despejada no dia 8 de novembro. Na ocupação os trabalhadores encontram uma enorme quantidade de armas e munição, que foi entregue à policia local.

A Ong Terra de Direitos enviou ofício ao secretário de Segurança, Luiz Fernando Delazzari, cobrando medidas urgentes para resolver o problema. ?Diante destes fatos, solicitamos a Vossa Excelência as providências cabíveis para evitar que os trabalhadores permaneçam sofrendo ameaças, especialmente uma investigação rigorosa sobre a atuação de milícias privadas na região?, exige o documento.

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