A Polícia Militar cumpriu ontem a ordem de reintegração de posse da Fazenda Monte Verde, em Jundiaí do Sul, no Norte Pioneiro do Paraná. As cerca de 350 famílias concordaram em sair depois de um acordo feito com os proprietários para que a colheita fosse feita. Havia preocupação que pudesse haver conflito no local porque os trabalhadores rurais não queriam deixar a área e, há alguns dias, chegaram até a colocar fogo nas pontes que dão acesso à fazenda.
Os policiais chegaram à fazenda por volta das 8h30. Segundo a assessoria de imprensa da Secretaria de Estado da Segurança Pública (Sesp) eram cerca de 140 homens. A Sesp afirmou que a retirada dos integrantes do Movimento dos Agricultores Sem Terra (Mast) estava transcorrendo de forma pacífica e não havia terminado até o começo da noite de ontem. A saída estava ocorrendo de forma lenta porque as duas pontes que dão acesso ao local foram quebradas. Os trabalhadores resolveram ficar acampados em frente à fazenda.
A área foi invadida em julho do ano passado. O Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) fez uma vistoria em 1998 na área e, na época, constatou que era produtiva. Como os agricultores invadiram o local, o Incra, agora, fica impedido de fazer nova vistoria para verificar se a área ainda é produtiva durante os próximos dois anos.
Ibema
Integrantes do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) ocuparam na última segunda-feira uma área às margens da BR-277, em Ibema, região oeste do Estado. Eles não pretendem plantar no local. Querem construir uma espécie de sede e assim que o Incra comprar ou desapropriar áreas na região pretendem se deslocar para esses locais, enquanto outros tomam o lugar no acampamento.
Segundo um dos coordenadores do movimento, Edson Rodrigues, a sede funcionará de forma permanente. ?Nesse momento retomamos acampamento na BR. Não vamos plantar. Assim que o Incra for regularizando áreas, vamos para cima delas para garantir?, ressalta.
A idéia é ambiciosa, eles querem em até 60 dias deslocar para o local cerca de duas mil famílias. Na segunda-feira cerca de 100 famílias foram para a beira da estrada e, ontem, o número de barracos já havia subido para cerca de 600. São pessoas vindas das cidades próximas a Ibema.
Segundo a concessionária Rodovia das Cataratas, que administra o trecho da BR-277, os sem terra não estão ocupando a faixa de domínio da rodovia. Eles estariam ocupando uma área que pertence à União e que faz divisa com outra pertencente à Comissão Regional dos Atingidos por Barragens do Rio Iguaçu (Crabi).