Era para estar pronta para a Copa do Mundo de 2014, mas só agora, seis anos depois, a construção da trincheira na Rua Arapongas, no cruzamento com a Avenida das Torres, em São José dos Pinhais, na região metropolitana de Curitiba, vai ser retomada.
“Eu só acredito vendo. O meu prejuízo comercialmente chega a R$ 400 mil”, desafia o comerciante Rodrigo da Rocha, 38 anos, proprietário de um restaurante ao lado da trincheira, que desde 2017 sofre as consequências da obra parada.
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O local voltou a ter operários nesta semana e a nova promessa de conclusão ficou para novembro de 2020, segundo a Coordenação da Região Metropolitana de Curitiba (Comec) – órgão do governo do estado responsável pela infraestrutura no entorno da capital.
Em 2016, a obra foi paralisada após a empresa responsável pela construção entrar em recuperação judicial. Em 2017, Rocha começou a administrar o empreendimento comercial com a esperança de que finalmente a trincheira ficasse pronta. Ficou só na promessa.
A imagem da obra abandonada acaba impactando no restaurante, pois a sensação é de que ele está fechado. A placa está desgastada, o acesso é prejudicado por pedras e postes, o que se reflete no dia a dia do comércio com a redução na clientela.
“Não posso investir na fachada, pois não sei o que vai acontecer. Não posso fazer uma calçada ou até mesmo um acesso para um cadeirante. No período da noite, não posso abrir, porque aqui é perigoso. O que salva são as entregas para empresas e por termos um atendimento muito bom”, lamenta Rodrigo.
Perícia
Na manhã desta quarta-feira (22), apenas sete funcionários trabalhavam na obra. Inicialmente, vai ser realizada uma limpeza para retirar pedras, terra e até o mato que se acumulou dentro da trincheira. Apesar do atraso de seis anos, o trabalho é tratado como prioridade pela Comec, que prevê ainda outras cinco intervenções ao longo da Avenida das Torres.
O presidente da Comec, Gilson Santos, esclarece que as estruturas ficaram expostas e foi preciso contratar uma perícia técnica para apontar a situação antes de retomar a construção. “São obras diferentes e que serão retomadas em momentos distintos. É importante a compreensão dos que trafegam pela região e também dos moradores ao entorno que já sofreram tanto com estas obras paralisadas por tanto tempo”; relata o presidente.
O valor inicial da obra é de R$ 4,3 milhões dos quais 53,54% já foram pagos. Para a conclusão da trincheira ainda serão investidos cerca de R$ 2 milhões, valor garantido pela Caixa Econômica Federal.