| Foto: Fábio Alexandre/O Estado |
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| Cirurgião foi homenageado. continua após a publicidade |
O cirurgião plástico Ivo Pitanguy recebeu ontem, em Curitiba, o título de doutor Honoris Causa, concedido pela Universidade Federal do Paraná (UFPR). Ele já formou mais de 500 profissionais brasileiros em cirurgia plástica e 40 cirurgiões de outros países. Defende a cirurgia estética e reparadora como um meio para tornar as pessoas mais felizes e satisfeitas consigo mesmas. No entanto, critica o mercantilismo do setor.
Ivo Pitanguy recusa-se a dizer a idade e afirma que, quando a gente sente prazer em viver, o tempo não importa. Desde 1962 ele dá aulas e ainda não pensa em parar de ensinar ou clinicar. Nestes 44 anos de atividade já formou mais de 500 profissionais brasileiros e atendeu em sua clínica gente famosa de todo o mundo.
Pitanguy também acha normal que adolescentes se submetam aos procedimentos cirúrgicos. Diz que, em alguns casos, é melhor que a correção seja feita na fase de crescimento e não na adulta. Entram nesta lista o nariz desproporcional, as orelhas de abano e até a redução de seios. Este tipo de cirurgia ajuda a melhorar a auto-estima dos jovens e acaba com as piadinhas de colegas de escola.
Para ele, o aumento das mamas também não deve ser visto como um problema. É perfeitamente aceitável que jovens com seios muito pequenos queiram parecer mais femininas. Por outro lado, ele diz que os cirurgiões devem ser cautelosos quando a adolescente quer colocar silicone mas tem os seios de tamanho considerado normal. O médico precisa avaliar se existe a necessidade de realizar o procedimento ou a vontade tem origem no modismo.
Pitanguy também critica o mercantilismo que vem tomando conta do segmento. Existem até pacotes turísticos que aliam viagens às cirurgias. ?As pessoas precisam conhecer o médico, ter confiança. É uma cirurgia como outra qualquer, com todos os riscos?, explica.
Apesar de figurar entre os maiores cirurgiões de todo o mundo, não é só as personalidades que tem acesso às suas mãos. Ele mantém, na Santa Casa do Rio de Janeiro, um centro que atende pessoas carentes de todo o País e exterior que apresentam deformidades de origem congênita, adquirida ou traumática. Para elas a cirurgia plástica é uma oportunidade de restauração física e psicossocial, possibilitando a reinserção na sociedade. Pitangui já publicou 12 livros, recebeu 200 prêmios nacionais e internacionais devido a sua competência e é membro da Academia Brasileira de Letras.