Testado e aprovado. Quem tem pressa de chegar a um endereço do anel central, principalmente em horários de pico de trânsito, consegue mais sucesso se optar pela bicicleta para distância de até sete quilômetros. Neste mês em que várias datas como o Dia Mundial Sem Carro (22) incentivam a reflexão sobre mobilidade, muitas atividades estão programadas para aprofundar a conscientização do uso da bicicleta como solução de deslocamento da população.

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“Uma sociedade que só favorece o uso do automóvel caminha para uma rua sem saída”, aponta o coordenador da Associação dos Ciclistas do Alto Iguaçu (Ciclo Iguaçu), Jorge Brand, que desde 2005 trabalha pela mobilidade e da democratização do espaço viário para a bicicleta. Na avaliação do coordenador do Ciclo Iguaçu, o espaço mais indicado para a circulação das bicicletas são as ruas, contando que haja trabalho que envolve a conscientização de todos e a interferência do poder público no sentido de democratizar o espaço viário. Tanto que em parceria com o Ippuc, a associação está desenvolvendo o projeto de ciclorotas, que já está mapeando os caminhos (origem e destino) em vias secundárias que, futuramente, podem se transformar em vias preferenciais de bicicletas.

Compartilhamento

“A ideia não é segregar o espaço, mas o compartilhamento, com ruas em que a velocidade máxima autorizada seja de 30 quilômetros por hora e por onde todos os modais possam circular”, acrescenta. Outra intervenção que a Ciclo Iguaçu defende é que os eixos estruturais da cidade (norte-sul; leste-oeste) cortados pelas canaletas de ônibus tenham nas vias lentas (ruas laterais) espaço de circulação dividida entre carro e bicicleta. “Muitas dessas vias, como a Avenida João Gualberto, são estreitas para dois carros, mas perfeitamente viáveis para um veículo e uma bicicleta”, indica.

Campanhas educativas devem ser permanentes

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Além da concretização de projetos desse tipo,segundo Jorge Brand, também são necessárias campanhas educativas permanentes para que a cultura de valorização do carro e o desrespeito dos motoristas contra pedestres e ciclistas sejam extintos. “Ainda há muitos acidentes por falta de bom senso e atenção dos motoristas aos usuários de outros modais”, reconhece. Ele cita alguns trechos de acidentes frequentes. “A Avenida Cândido de Abreu, a região do Círculo Militar e o trecho entre a Conselheiro Laurindo e Avenida Silva Jardim são de alto risco para os ciclistas”, alerta.

Essa será uma das questões que poderão mobilizar o recém-inaugurado Departamento de Mobilidade Não Motorizada, que começou as atividades ontem e estará vinculado à Secretaria Municipal de Trânsito (Setran). Além do departamento específico, há uma série de atividades para este mês como audiências públicas na Câmara de Curitiba e na Assembléia Legislativa e a Musicletada no Dia Mundial Sem Carro.

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